VER: Taylor Swift- Shake It Off

I woke up like this

Jamais pensei ver chegar o dia em que fizesse um post acerca de Taylor Swift que não tivesse outro intuito se não o de me insurgir ou dizer coisas desagradáveis a seu respeito, prática essa que não consta da minha ética laboral e pessoal. Para quê perder tempo com ódios, certo?

A verdade é que nunca simpatizei com ela. Em parte porque sempre me pareceu uma cantora country mascarada de estrela pop e com uma paleta lírica 2 + 2 = the same and boring ol' love song qual Kelly Clarkson - mas sem aquela abençoada voz - de guitarra acústica em punho. E depois porque para alguém como eu, que segue atentamente as tabelas, é um tanto ou quanto irritante vê-la constantemente a quebrar recordes ou a perfazer valores astronómicos com músicas tão básicas para alguém que nunca se assumiu como estrela pop e, no entanto, vende tanto ou mais que a grande maioria delas.

Assim quase de surpresa - várias pistas por ela deixadas e o próprio calendário musical indicavam um novo álbum até ao final do ano - chega o seu novo single que a vê abraçar, por fim, a faceta pop que sempre tentou encobrir. "I woke up not wanting but needing to make a new style of music", diz ela, revelando que o novo álbum que aí vem - 1989 - é o seu "primeiro disco pop oficial". 

"Shake It Off" é, para todos os efeitos, a primeira canção sua que não me faz revirar os olhos de tédio e desejar ardentemente que se torne num bendito flop. Transposta a barreira pessoal, o que sobra é nada menos do que uma gigantesca canção pop com o selo de qualidade dos artífices Max Martin e Shellback que em boa hora se tornará num dos maiores hits do ano - catchy, enérgica, divertida e algo reminiscente de "Girlfriend", de Avril Lavigne e com um embalo semelhante a "Happy".

E digo boa porque, com Rihanna em hibernação, Beyoncé arredada do mainstream, Britney Spears e Christina Aguilera perto da obliteração, e Lady Gaga e Katy Perry envolvidas num poderoso gancho constrictor aplicado por Lorde e nomes emergentes como Ariana Grande, Iggy Azalea ou Charli XCX, Taylor Swift será talvez a única veterena da liga feminina em 2014 a conseguir firmar e quiçá expandir a sua supremacia. Veremos onde isto chegará e se valerá ou não a pena assistir. Por agora acertou na mouche.

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