REVIEW: Panic! at the Disco- Too Weird to Live, Too Rare to Die!
Gosto bastante dos PATD desde o primeiro álbum, há coisa de 8 anos atrás, mas não estou particularmente entusiasmado com os 2 singles que antecedem este Too Weird to Live, Too Rare to Die!, daí que parta para a sua audição um pouco preocupado com o que possa encontrar. Será este o fim da minha admiração por eles? Estou prestes a descobri-lo:
1) This is Gospel- "This is the beat of my heart", repete incessantemente Brendon Urie acompanhado de uma batida cardíaca. O início até é convidativo, mas chegado ao refrão algo gritado, perde grande parte do interesse. Não me revejo nestes PATD que tentam emular os Fall Out Boy. Ainda assim há piores. (7/10)
2) Miss Jackson- Hoje em dia já sou capaz de ouvi-lo sem fazer cara feia, mas ao início causou-me muita estranheza constatar que os PATD se tinham transformado na versão 2.0 dos FOB. "Miss Jackson" não só pede o título emprestado a Janet Jackson como ainda é uma cópia barata de "My Songs Know What You Did in the Dark" dos já referidos FOB. Vá lá, malta, sei que são capazes de fazer melhor. (6/10)
3) Vegas Lights- Inicia-se logo a abrir com synthpop de estádio que alude às noites alucinantes de Las Vegas e às suas propriedades místicas. É o tema mais dançável alguma vez feito pela banda, mas ainda não os sinto totalmente confortáveis nesta pele. Ou talvez será de mim que não aceito a mudança. O certo é que por vezes sinto mesmo que estou a ouvir Patrick Stump e não o carismático Brendon Urie. (7/10)
4) Girl That You Love- Após já terem flirtado com o hip hop, parecem querer explorar a fundo a recém-encontrada veia electrónica. Este 4º tema é uma espécie de after-party sinistra pelas ruas de Las Vegas e os PATD revelam aqui uma faceta bastante obscura. Começa a melhorar, mas ainda não estou totalmente convencido. (7/10)
5) Nicotine- Foi preciso chegar a meio do disco para encontrar a primeira canção verdadeiramente boa, tão viciante como a substância a que faz referência. Repleta de percussão e euforia melódica, faz-me despertar e pedir que venham mais assim. Estes sim, são os PATD por que me apaixonei. (8/10)
6) Girls/Girls/Boys- Já com a centelha de entusiasmo recuperada, deparo-me com o tema mais irresistível do álbum - uma ode à bissexualidade no feminino ("Girls love girls and boys") e como isso pode ser uma entrave ao verdadeiro amor ("And love is not a choice"). Não percebo bem se Brendon sofre com a situação ou se a acha estimulante, mas o tema em si é muito bem conseguido, com electrónica titubeante e umas pinceladas new wave à mistura. (9/10)
7) Casual Affair- De novo a atmosfera cerrada e perigosa que já havia estado presente em "Girl That You Love" e que aqui é combinada com guitarras e um certo balanço hip hop. É um tema que facilmente poderia pertencer a qualquer um dos seus álbuns anteriores e tem uma boa dose de drama calculado/teatralidade que tanto gosto no universo dos PATD. (8/10)
8) Far Too Young to Die- Talvez seja uma combinação demasiado estranha e deturpada, mas a melodia transporta-me para o repertório dos Depeche Mode e Hot Chip, com as devidas diferenças. É mais uma admirável experiência com a electrónica, com um refrão bastante memorável. (8/10)
9) Collar Full- É o tema estupidamente feliz da praxe que vai beber dessa ode furiosamente alegre ao amor que é "Still Into You". Vem aligeirar de certa forma o ambiente do disco e faz-me crer que afinal os PATD não viraram totalmente costas ao passado. (8/10)
10) The End of All Things- Anuncia o fim à boa moda da banda e parece-me que demonstra um Brendon que finalmente abriu os braços ao amor após ter passado o disco inteiro ora a persegui-lo, ora a evitá-lo. Só não gosto que se assemelhe a um andróide quando faz juras de amor eterno tão bonitas quanto estas. (7/10)
Os Panic! at the Disco estão diferentes. É a grande conclusão a que chego. Ainda não percebi se melhor ou para pior, mas julgo que a mudança é uma consequência normal do crescimento enquanto banda, da vontade de não querer ficar agarrada ao passado. E é vê-los a desbravarem caminho inexplorado pelos trilhos da electrónica, synthpop e até mesmo hip hop de forma destemida e bem-conseguida na sua maioria. O problema é quando ficam agarrados ao fantasma dos Fall Out Boy. Nunca antes tinha associado estas duas bandas, precisamente por terem estilos diferentes, mas agora mais do que nunca vislumbro muito de Patrick Stump em Brandon Urie. E penso sinceramente que isso afecta negativamente os PATD.
O que sempre me cativou nesta banda foram as influências da pop barroca que coloriam a sua música, o melodrama, a teatralidade, a originalidade das suas canções (com títulos tão fabulosos quanto "There's a Good Reason These Tables Are Numbered Honey, You Just Haven't Thought of It Yet") e a sua audaz loucura, propícia a momentos inesperados. Neste 4º disco é como se vissemos a faceta tenebrosa e madura dos PATD, sonicamente diversa mas sem traços distintivos de originalidade. Mas quanto a isso não há nada a fazer: ninguém tem 18 anos eternamente e crescer é um processo complicado com razões que a própria razão desconhece. Esta é a identidade dos PATD em 2013 e aceito-a sem questionar. Para o bem e para o mal, continuamos juntos.
2) Miss Jackson- Hoje em dia já sou capaz de ouvi-lo sem fazer cara feia, mas ao início causou-me muita estranheza constatar que os PATD se tinham transformado na versão 2.0 dos FOB. "Miss Jackson" não só pede o título emprestado a Janet Jackson como ainda é uma cópia barata de "My Songs Know What You Did in the Dark" dos já referidos FOB. Vá lá, malta, sei que são capazes de fazer melhor. (6/10)
3) Vegas Lights- Inicia-se logo a abrir com synthpop de estádio que alude às noites alucinantes de Las Vegas e às suas propriedades místicas. É o tema mais dançável alguma vez feito pela banda, mas ainda não os sinto totalmente confortáveis nesta pele. Ou talvez será de mim que não aceito a mudança. O certo é que por vezes sinto mesmo que estou a ouvir Patrick Stump e não o carismático Brendon Urie. (7/10)
4) Girl That You Love- Após já terem flirtado com o hip hop, parecem querer explorar a fundo a recém-encontrada veia electrónica. Este 4º tema é uma espécie de after-party sinistra pelas ruas de Las Vegas e os PATD revelam aqui uma faceta bastante obscura. Começa a melhorar, mas ainda não estou totalmente convencido. (7/10)
5) Nicotine- Foi preciso chegar a meio do disco para encontrar a primeira canção verdadeiramente boa, tão viciante como a substância a que faz referência. Repleta de percussão e euforia melódica, faz-me despertar e pedir que venham mais assim. Estes sim, são os PATD por que me apaixonei. (8/10)
6) Girls/Girls/Boys- Já com a centelha de entusiasmo recuperada, deparo-me com o tema mais irresistível do álbum - uma ode à bissexualidade no feminino ("Girls love girls and boys") e como isso pode ser uma entrave ao verdadeiro amor ("And love is not a choice"). Não percebo bem se Brendon sofre com a situação ou se a acha estimulante, mas o tema em si é muito bem conseguido, com electrónica titubeante e umas pinceladas new wave à mistura. (9/10)
7) Casual Affair- De novo a atmosfera cerrada e perigosa que já havia estado presente em "Girl That You Love" e que aqui é combinada com guitarras e um certo balanço hip hop. É um tema que facilmente poderia pertencer a qualquer um dos seus álbuns anteriores e tem uma boa dose de drama calculado/teatralidade que tanto gosto no universo dos PATD. (8/10)
8) Far Too Young to Die- Talvez seja uma combinação demasiado estranha e deturpada, mas a melodia transporta-me para o repertório dos Depeche Mode e Hot Chip, com as devidas diferenças. É mais uma admirável experiência com a electrónica, com um refrão bastante memorável. (8/10)
9) Collar Full- É o tema estupidamente feliz da praxe que vai beber dessa ode furiosamente alegre ao amor que é "Still Into You". Vem aligeirar de certa forma o ambiente do disco e faz-me crer que afinal os PATD não viraram totalmente costas ao passado. (8/10)
10) The End of All Things- Anuncia o fim à boa moda da banda e parece-me que demonstra um Brendon que finalmente abriu os braços ao amor após ter passado o disco inteiro ora a persegui-lo, ora a evitá-lo. Só não gosto que se assemelhe a um andróide quando faz juras de amor eterno tão bonitas quanto estas. (7/10)
Os Panic! at the Disco estão diferentes. É a grande conclusão a que chego. Ainda não percebi se melhor ou para pior, mas julgo que a mudança é uma consequência normal do crescimento enquanto banda, da vontade de não querer ficar agarrada ao passado. E é vê-los a desbravarem caminho inexplorado pelos trilhos da electrónica, synthpop e até mesmo hip hop de forma destemida e bem-conseguida na sua maioria. O problema é quando ficam agarrados ao fantasma dos Fall Out Boy. Nunca antes tinha associado estas duas bandas, precisamente por terem estilos diferentes, mas agora mais do que nunca vislumbro muito de Patrick Stump em Brandon Urie. E penso sinceramente que isso afecta negativamente os PATD.
O que sempre me cativou nesta banda foram as influências da pop barroca que coloriam a sua música, o melodrama, a teatralidade, a originalidade das suas canções (com títulos tão fabulosos quanto "There's a Good Reason These Tables Are Numbered Honey, You Just Haven't Thought of It Yet") e a sua audaz loucura, propícia a momentos inesperados. Neste 4º disco é como se vissemos a faceta tenebrosa e madura dos PATD, sonicamente diversa mas sem traços distintivos de originalidade. Mas quanto a isso não há nada a fazer: ninguém tem 18 anos eternamente e crescer é um processo complicado com razões que a própria razão desconhece. Esta é a identidade dos PATD em 2013 e aceito-a sem questionar. Para o bem e para o mal, continuamos juntos.
Classificação: 7,5/10
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