10 anos de Rihanna em 30 hits- V

As colaborações

5º "Who's That Chick?", One More Love

- 2º single do disco (22 de Novembro, 2010)
- nº1 na Bélgica e Eslováquia, nº6 no UK e nº51 nos EUA
- 92 milhões visualizações YouTube

Com a viragem do milénio os DJs atingiam o patamar de superestrelas e David Guetta era a maior de todas elas. Rihanna, à época em plena transição da obscuridão de Rated R (2009) para o vermelho vivo de Loud (2010), apanhava boleia na nave espacial do DJ francês com direcção à galáxia de Plombotron e paragem demorada em Ibiza, ainda que algo descaracterizada pelo sobredoseamento de auto-tune. Numa dimensão paralela mais tenebrosa, é possível darem de caras com o seus gémeos malignos




4º "Love the Way You Lie", Recovery

- 2º single do disco (9 de Agosto, 2010)
- nº1 nos EUA (11x platina), Austrália (9x platina), Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca (platina), Finlândia, Alemanha (platina), Hungria, Irlanda, Israel, Itália (platina), Nova Zelândia (2x platina), Noruega, Polónia, Roménia, Rússia (3x platina), Eslováquia, Coreia do Sul, Espanha (platina), Suécia, Suíça (3x platina) e nº2 no UK (2x platina)
- 910 milhões visualizações YouTube

Um dos maiores hinos de 2010 que antes de ser declarado single ou ter um vídeo sequer, já era um enorme sucesso. "Love the Way You Lie" tem um impacto retumbante primeiro graças aos que lhe dão voz, ambos com um passado associado à violência doméstica, ainda que de lados opostos do conflito, e depois propaga-se pela força da sua narrativa visual a ilustrar uma relação abusiva e tóxica transposta para a câmara com realismo e crueza por Dominic Monaghan, o saudoso Charlie de Lost, e Megan Fox aka a bombshell da saga Transformers. A canção conheceria uma belíssima sequela meses mais tarde em Loud (2010), cantada na perspectiva feminina. 



3º "If I Never See Your Face Again", It Won't Be Soon Before Long / Good Girl Gone Bad: Reloaded

- 4º single/ 3º single do disco (2 de Maio, 2008)
- nº28 no UK e nº51 nos EUA (platina)
- 67 milhões visualizações YouTube

À primeira vista, juntar Adam Levine e Rihanna no mesmo tema é como preferir esparregado e chantilly no cachorro quente aos habituais ketchup e mostarda, mas neste caso o sabor revelou-se muito melhor do que o recheio fazia prever. "If I Never See Your Face Again" já existia na versão standard do segundo álbum dos Maroon 5, mas por altura da sua reedição ganhou o contributo vocal de Rihanna, também a tempo de figurar na versão revista de Good Girl Gone Bad. É verdade que as vozes não casam na perfeição, mas para o propósito da dinâmica "chamada e resposta" existente, serviu em cheio. Há insinuações matreiras, falsetes esguios, funk suado com guitarras e uma tensão sexual a brotar destes dois - ou se ama ou se odeia.



2º "Take Care", Take Care

- 5º single do disco (21 de Fevereiro, 2012)
- nº7 nos EUA (4x platina) e nº9 no UK (platina)
- 151 milhões visualizações YouTube

Há uma química evidente nas criações conjuntas destes dois. "What's My Name?" pedia um prolongamento e ele chegou um ano depois acomodado na melhor suite do segundo álbum do rapper canadiano. Construída a partir de um sample da remistura de Jamie xx para a versão de "I'll Take Care of You" de Gil Scott-Heron, é uma formidável composição de electrónica mininal e R&B atmosférico a trazer ao de cima o lado melódico de Drake e a versão mais terna e acetinada de RiRi. Não menos estupendo é o vídeo com a assinatura do francês Yoann Lemoine (senhor Woodkid na cena musical) a reunir um belíssimo imaginário abstracto onde o par se reconcilia e entrelaça num abraço eterno.



1º "Princess of China", Mylo Xyloto

- 4º single do disco (14 de Fevereiro, 2012)
- nº4 no UK (platina) e nº20 nos EUA
- 134 milhões visualizações YouTube

É incrível como Rihanna se molda e adapta a cada novo featuring - seja a servir de cicerone de Guetta ou Calvin Harris no Electric Daisy, na companhia de vultos como Jay-Z e T.I. num beco escuro de Nova-Iorque ou a abrir o livro da mitologia chinesa ao lado dos Coldplay. Não é para todos, certamente. "Princess of China" assinalou a primeira colaboração em disco para a maior banda do milénio, um magnífico desvio de rota para ambos pelos caminhos de uma electropop oriental com groove R&B - exactamente o tipo de colaboração rara e singular que se espera de dois astros da sua dimensão. Só aquele momento em que Chris Martin e Rihanna, de testas unidas na imensidão do deserto, choram sob os estilhaços do seu (des)amor, é capaz de valer pela vida.


Os discos 

Loud (2010)

- 5º álbum de estúdio (12 de Novembro, 2010)
- nº1 no UK (6x platina), Canadá (3x platina), Irlanda (5x platina), Noruega, Escócia e Suíça (2x platina), nº3 nos EUA (platina)
- 8 milhões de cópias vendidas


Talvez comecemos pela capa. Mesmo sem olhar directamente a câmara, a energia e vibração que concentra no rosto é incrível. É estática, mas tem movimento. É serena, mas tão poderosa. Uma excelente porta de entrada para um disco que representa o perfeito contraponto do anterior tenebroso Rated R (2009) - sonicamente bombástico, efusivo, garrido e vibrante. Assinalou o retorno à boa-forma comercial e o regresso às sonoridades caribenhas exploradas nos seus dois primeiros discos misturada com uma abordagem dance pop e R&B. As faixas do seu alinhamento são tão intensas e volumosas quanto a cor e o título do disco fazem crer, ou não reunisse ele algumas das melhores vocalizações do percurso de Rihanna. Vermelho, vermelhaço, vermelhusco, vermelhante, vermelhão!

Singles: "Only Girl (In the World)", "What's My Name?", "Raining Men", "S&M", "Man Down", "California King Bed", "Cheers (Drink to That)"

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