O que há para dizer acerca do Ídolos 2015 #5

Este post faz a retrospectiva da oitava e nona gala do Ídolos 2015.

Quatro meses e dezoito programas depois e chegamos a um trio de candidatos à vitória que não chegou à tábua de salvação sem antes prestar vassalagem às altezas da pop, emparelhar com profissionais e revisitar as suas origens. Venha de lá esse... ahem, truelo (?) final.

Bem que me questionava quem seria a banda ou artista homenageados nesta edição de Ídolos. De Beatles já tinhamos a barriga cheia e o lustro de Michael Jackson já não era puxado há uma mão cheia de anos. Apreciei bastante o twist de transformarem aquilo num combate majestástico entre o rei e a rainha da pop, porque nos deu bastante variedade e performances muito dinâmicas e coreografadas. 

Nesta penúltima gala o buffet não foi tão apetecível. Por mais que considere que a música portuguesa e os nossos artistas devem ter sempre lugar nestes formatos, não me agrada a ideia de ver uma ronda de actuações com convidados, pela simples razão de tirar protagonismo aos concorrentes e de roubar aos espectadores a oportunidade de vê-los em temas por si escolhidos, a arrasar nos seus próprios termos e condições. Muito mais interessante foi a ronda do "ano em que eu nasci", porque é a possibilidade de encapsular toda a existência dos candidatos numa só canção.

Expulsões. O meu boletim de previsões não me falhou. Com alguma pena a Rita foi a primeira dos fab five a saltar borda fora, mas não sem antes pregar a bandeira no cume da montanha: "The Way You Make Me Feel" e "Like a Prayer" foi só a combinação mais arrasadora da noite. Que percurso fantástico, sempre em crescendo e com novos encantos para revelar semana após semana - grande grande concorrente. O Luís só não mereceu sair uma gala antes porque ainda tinha uma vida extra para gastar. E que bem a gastou com aquele sentido "Nasce Selvagem", que entre o "Tasco da Mouraria" e a "Maria", foi a melhor coisa que fez nas galas. Deixa escapar a vitória por não querer corresponder às expectativas, mas já era um artista antes de aqui chegar e só terá de aplicar os conselhos recebidos se quiser tornar-se ainda melhor.


E pela primeira vez na história do Ídolos a final disputa-se a três. Não é uma infâmia total porque o número de galas habitual - 10 ao todo - será cumprido, mas retira algum suspense e apoteose ao formato. Mas quem se importa com isso quando todos eles reunem as condições necessárias à vitória? Vejamos:

João Couto- Quem diria há 10 semanas que o jovem Couto chegava tão longe e, melhor ainda, sem nunca ter estado entre os menos votados? Ora, a memória falha-me no momento de estabelecer uma comparação com as duas primeiras edições, mas acredito que seja o melhor concorrente que passou por este formato desde o Filipe Pinto. É o patinho feio transformado em cisne, um artista feito à idade com que muitos ainda procuram a sua voz e, de longe, o concorrente mais versátil que passou por esta temporada. Mais três actuações para a galeria de momentos de ouro: a versão ousada de "Billie Jean", a adoçicada "La Isla Bonita" e um exemplar "Ironic" que tinha tudo para ser a da consagração. A noite pode ter três diferentes desfechos, mas ver o Couto ganhar será a cereja no topo do bolo. Força para isso, rapaz. 



Sara Martins- Chegou a temer-se que pela primeira vez na história do programa não houvesse uma presença feminina na final, o que seria inacreditável tendo em conta que a candidata em questão foi sempre uma das forças motrizes do programa. Acho que a fasquia para ela esteve mais elevada do que para qualquer outro concorrente e o certo é que esteve à altura - deu-nos variedade, interpretações notáveis, performances astutas e coreografias como nunca antes vistas no palco do Ídolos. "I Want You Back" foi exímia, "Sorry" foi um tufão à solta erradamente interpretado como artificial e "Don't Speak" uma recordação muito nostálgica. Em confronto directo com o Couto, perde apenas na vertente da musicalidade. Quero acreditar que na questão do género não, pois em pleno 2015 isso já não pode ser um argumento contra. Até porque o último Factor X foi ganho por uma mulher.



Paulo Sousa- Uma aposta segura para este top 3, que passou metade do concurso precisamente preso à rede de segurança. Quando despertou ainda foi a tempo de deixar boas recordações, mas a letargia pode ter-lhe custado o título. Na semana das altezas da pop esperava-se que estivesse mais confortável, mas tanto "Man in the Mirror" como "4 Minutes" nunca passaram do lume brando. Excelente recuperação no derradeiro "Frágil", cheio de funk e groove no corpo, a triunfar numa noite onde já havia sido o mais feliz nos duetos. Se as redes sociais forem um indicador credível, a medalha de ouro continua a ser provável, mas para bem de todos os intervenientes penso que a de bronze seja a mais justa.



Esta não podia faltar. Outro 20/20 para a dona Rita:



Todos, a uma só voz:



É de enaltecer a presença do Tiago Bettencourt em substituição do Ventura na penúltima gala - tão bom que é ver alguém a ser natural, sem poses ou ideologias do arco da velha. Por mim tinha sido assim desde o início.

Considerações finais reservo-as para um último post a ser publicado em breve, onde recordarei também as melhores actuações desta edição. 

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