Paramore, 374 dias depois- Parte V

15- I'm Not Angry Anymore

It depends on the day, the extent af all my worthless rage

Como é que termina toda esta história dos interlúdios de ukuléle? De forma bastante ambígua e bem mais amena do que no início. O azedume de Hayley relativamente aos irmãos Farro deu lugar a umas tréguas aparentes que poderão ser oficiais, isto se não tiver acordado com os pés fora da cama e se não se der o caso de recordar velhas mágoas. É que, no fim de contas, a vida é tão curta que não vale a pena passar grande parte dos nossos dias agarrados a velhos rancores, certo?
I'm not all that angry anymore



16- Be Alone

And what if I don't ever want to leave my house?

Quando uma pessoa começa a achar que o tema anterior teria dado um excelente ponto final a um excelente álbum, eis que os Paramore parecem estar ligados à corrente e ainda nos reservam mais 2 faixas repletas de electricidade. O tom enérgico e aparentemente feliz da melodia parece querer atenuar o tom moribundo e algo compulsivo dos versos, que descrevem uma Hayley em versão caseira a sós com as paredes e o amor da sua vida. Há que saber-se estar só, mas ter noção de que solidão a mais também não faz bem algum - acho que é isso que a banda pretende transmitir. 

Yeah, we could be alone but never get too lonely



17- Future

Just think of the future, and think of your dreams
You'll get away from here, you'll get away eventually

Ahh, o futuro. Esse modo verbal assente "no que há de vir" que ora nos dá alento para seguir em frente, ora nos atormenta, comprometendo as nossas escolhas e a forma como encaramos a vida. Fazia todo o sentido acabar desta forma, com um mastodôntico tema de 8 minutos - o mais pesado e longo alguma vez feito pela banda - no qual alcançam a redenção, fazendo finalmente as pazes com o passado e permitindo-se seguir em frente de olhos postos num futuro que parece agora bem mais entusiasmente e promissor do que era anteriormente à edição do disco. Juntos, na neblina pós-caos, Hayley, Jeremy e Taylor avançam rumo à proxima paragem, seja ela qual for...

So, just think of the future, think of a new life
and don't get lost in the memories, keep your eyes on a new prize.



E assim chegamos ao fim desta curta mas intensa aventura que consistiu em apresentar-vos o meu olhar acerca das 17 canções que compõem o último álbum dos Paramore, 374 dias depois de as ter ouvido pela primeira vez. 

Porque razão gosto tanto do disco? Em primeiro lugar porque foi necessária uma boa dose de coragem para fazê-lo, tendo em conta os acontecimentos que tinham ocorrido no seio da banda. Depois adoro-o também porque não é de meias palavras nem intenções, simplesmente é, sem receios ou limitações - não tem medo de sentir, ferir ou ser. Para além disso, é um disco que para sempre irei associar aos meus 21 anos e a tudo aquilo que aconteceu na minha vida durante esse período. Foi a minha banda sonora, nos melhores e piores momentos. Por último e não menos importante, é o melhor disco alguma vez feito pelos Paramore, representando uma evolução tremenda face ao que fizeram no passado e a garantia de que estes três indivíduos que têm crescido comigo ao longo dos anos, tão cedo não vão a lado nenhum. Um disco que guardo na mão, de uma banda que trago sempre no coração.

Espero que tenham gostado e até uma próxima!

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