The Voice Portugal- Provas Cegas: 4º Programa

E à 4ª emissão do The Voice Portugal, as coisas começam a adquirir contornos épicos: já viram a enorme quantidade de talento que por aqui tem passado? A noite de ontem não foi excepção e talvez tenha até superado o programa anterior, algo que à partida julgava impossível. Começemos então pelos candidatos que mais me impressionaram:

Rui Drumond, 33 anos- "Wrecking Ball"

Poucos serão aqueles que nunca ouviram falar deste rapaz: antigo concorrente da OT1, ex-representante de Portugal na Eurovisão e cantor residente de Dança Comigo em todas as suas temporadas, todos eles na RTP. Não admira, por isso, que tenha escolhido a estação pública para voltar a agarrar uma oportunidade que há 11 anos lhe foge das mãos. Admira-me, isso sim, como é que uma voz destas ainda não tenha saído da sombra. Percebi cada palavra que cantou e a emoção com que o fez foi palpável - é um intérprete de excelência e só não vai ganhar isto se não o deixarem. Bem-vindo de volta, caro Rui.



Carolina Santos, 18 anos- "Love of My Life"

Fez-me lembrar em termos de aparência a rapariga que cantou Grace Potter, mas felizmente que as semelhanças se ficaram por aí, pois a nível vocal foi muito mas muito melhor. Vê-se que tem ali umas quantas lições em termos de canto e que sabe exactamente aquilo que pode e deve fazer com a voz. Foi um momento bastante bonito, se bem que cheguei a temer que ninguém carregasse no botão. Bendita a hora, então, em que D. Reininho o premiu e ela o escolheu: ficará muito bem entregue. E já que lhe apontaram características de musicais, chamemos-lhe a Rachel Berry portuguesa. 



Bianca Barros, 16 anos- "Listen"

Qual a probabilidade de voltarmos a ter neste concurso uma outra Bianca? Só no The Voice, mesmo. A Adrião foi o tal ciclone que deixou marcas que ainda hoje perduram, e esta, de seu nome Barros, não teve uma Prova Cega tão estonteante mas, para a tenra idade que tem, foi assim um mini-tufãozinho. Só não foi brilhante porque apenas encontrou a sua "voz interior" a meio da canção - e a partir daí foi sempre a escalar até ao final glorioso. 

 
Sandy Soares, 42 anos- "Georgia on My Mind"

Quando começava a achar que um dos problemas desta edição era a falta de candidatos "maduros" e com mais experiência, eis que me cai Sandy Soares do céu como resposta às minhas preces. Estava convicto que ia incendiar o palco com uma rockalhada visceral, mas saiu-se - e muito bem - com um "Georgia on My Mind" em registo blues num bar bem frequentado, já perto da hora do fecho. Desnecessária, como sempre, foi a habitual troca de argumentos zarolhos dos mentores do costume, tendo terminado com o justo triunfo da Marisa, que teve a tirada da noite ao sair-se com "uns são sinceros, outros têm piada. Eu trabalho". Bang bang, you shot me down.


Mariana Azevedo, 17 anos- "Feeling Good"

E se há bocado falei de Grace Potter, importa agora referir a rapariga que há uns meses atrás me deu a conhecê-la a ela ao seu "Ooh La La" numa audição do Factor X que ainda hoje não me sai da cabeça. Eu não sei se ela tem a voz, mas o certo é que tem ali qualquer coisa que vale a pena ser explorado. É diferente, ousada e com uma boa dose de atrevimento vocal à mistura: veja-se a forma como a determinada altura deixa escapar um trémulo "good" que parece insignificante, mas diz tanto... Se há alguém que saberá o que fazer com ela, esse alguém é o Rui - quero ver onde estes dois tão "fora da caixa" chegam juntos.



É tempo agora para mencionar brevemente os restantes concorrentes. Começo logo por dois que me parecem sofrer do mesmo mal: Catarina Alves e Joel Ferreira, que fizeram a cópia perfeita dos artistas cujas canções interpretaram e dos quais não gosto mesmo mesmo nada. Não me parece que cantem mal de todo, mas o facto de serem o fiel protótipo das figuras que imitaram, leva-me a crer que dificilmente farão justiça a um qualquer outro tema que lhes seja imposto. Ainda assim, acredito mais em como a rapariga poderá contornar melhor a situação do que o rapaz. A Tatiana André, como tantas outras, esteve razoavelmente bem, mas acusou algum nervosismo e o pouco peso da idade. Dêem-lhe, porém, mais dois anos e ficará aux point. A Vanessa Martins (que julgo já termos visto numa anterior edição de Ídolos) não me convenceu totalmente: teve bons e maus momentos ao longo da canção e não me pareceu lá muito segura. A rapariga do canto lírico, Marta Carrilho, faz levantar a questão do "então e agora o que é que vai mostrar daqui em diante?". Bem, pelo menos está no formato certo. O David Fonseca trouxe ali uma canção de mil-nove-e-troca-o-passo que nunca ouvi na vida, mas esteve bemzinho, sem grandes picos de entusiasmo à mistura. Nestes três últimos que referi, as "batalhas" irão tirar qualquer dúvida que persista.

Por falar em batalhas, pelo caminho que isto está a tomar, estou a ver que muitas boas vozes ficarão injustamente derrubadas na arena. É que o seu intuito nem sempre é separar o trigo do joio, mas sim tentar chegar a um leque de candidatos com um perfil distinto capaz de abafar os outros adversários em jogo, o que leva sempre a tremendas injustiças. E depois, claro, muito contribuiu a escolha do oponente e do tema com que se digladiarão. Quanto aos mentores, desta vez não vou opinar acerca do seu comportamento, até porque já o fiz anteriormente. Há, porém, algo que me apoquenta: serei o único a estar um bocadinho farto de os ver sempre com o raio da mesma vestimenta? Mas será que aquilo foi tudo gravado num único dia?! Era uma questão que deveria ter sido pensada com maior sensatez pela produção do programa. Pessoalmente cansa-me vê-los sempre da mesma forma... já que o discurso não muda, ao menos que mudassem as vestes!

Vejam só onde cheguei, ao ponto de criticar aspectos tão fúteis quanto este. Só pode querer dizer que o The Voice é tão bom mas tão bom (e é mesmo, não estou a ser irónico) que só reclamando com a roupa do Mickael e do Anselmo é que encontro pontos negativos. Isso e ter de esperar mais 7 dias para ter acesso ao próximo episódio, claro. Até para a semana!

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Comentários

  1. Realmente o facto de estarem com a mesma roupa nos 4 programas irrita um bocado.

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