60º Festival Eurovisão da Canção 2015- As Considerações
Seis décadas do Festival Eurovisão da Canção assinaladas com pompa e circunstância em Viena, numa edição em que Portugal voltou a falhar pelo 5º ano consecutivo a presença na final. Com ou sem as cores lusas, a festa é sempre imperdível. Olhemos então para o top 5 das canções mais votadas nesta edição:
Vencedor: Måns Zelmerlöw- "Heroes" (Suécia)
E vão 6 vitórias para os suecos na Eurovisão. Se até já partiram à conquista da América (Avicii, Tove Lo, Swedish House Mafia ou Icona Pop fizeram estragos em anos recentes) como negar a sua supremacia no concurso? Era um desfecho previsível, mas não inteiramente merecido: o instrumental parece decalcado de "Lovers on the Sun" de David Guetta, o "woah-oh-oh-ah" é a lei anciã para hinos chapa cinco e a performance sustentada pelo ecrã de vídeo interactivo já faz carreira nos palcos pelo menos desde 2011 (Queen B, who else?). Loreen continua a reinar lá nas alturas.
2º lugar- Polina Gagarina- "A Million Voices" (Rússia)
Repetem-se os dois primeiros lugares de 2012. Só que em vez de um clã de anciãs russas, tivemos a Marilyn-à-prova-de-conduta-de-ar. Não creio que seja uma grande canção, vale mais pela mensagem e por vir do país que vem. Isto apesar de ter sido escrita por um sueco. Mas foi bem interpretada e cantada com emoção.
3º lugar- Il Volo- "Grande Amore" (Itália)
Possivelmente uma das melhores canções que a Itália trouxe à Eurovisão. Tirada de génio esta, em levar a resposta da nação aos Il Divo. Teria dado uma excelente vencedora, mas já no ano passado a Áustria ganhou com uma canção de corte clássico e seria difícil que tal acontecesse outra vez. Faltou-lhes a barba cerrada e o vestido. De resto, impeccabile!
4º lugar- Loïc Nottet- "Rhythm Inside" (Bélgica)
A meu ver, a surpresa da noite. E não pela bela classificação, mas sim devido à originalidade da performance, à ousadia da canção e ao rasgo de genialidade do seu intérprete - é o "Royals" levado à Eurovisão, mas num campeonato em que mais ninguém concorre. Se é este o conceito de pop que se pratica na Bélgica, então quero apanhar já o próximo avião.
5º lugar- Guy Sebastian- "Tonight Again" (Austrália)
Estreia em grande para a convidada Austrália, cuja fantástica prestação lhe pode ter valido a possibilidade de voltar para o ano - e porque não, se Israel ou a Arménia estão lá sempre? O intéprete foi muito bem escolhido: parece ser o Olly Murs lá da nação, mas com muito mais groove e soul na voz. É para repetir.
Gostei também das actuações de Israel (só faltaram as odaliscas), Lituânia (que ficou a ganhar tanto depois daquele beijo), Estónia (tanta mágoa e tensão que houve naquele dueto), Noruega (com uma canção para musical), Letónia (a freak da noite, com uma das composições musicais mais complexas e bizarras), Espanha (ficou encravada na memória) e da anfitriã Áustria (uma "Kiss from a Rose" ao piano), que totalizou uns ridículos 0 pontos - eu cá adorei.
Alguém me explica o porquê do Reino Unido continuar a envergonhar-se ano após ano? Há edições em que ainda têm músicas decentes mas que não saiem dos últimos cinco lugares, agora quando nos brindam com lixo parece que estão mesmo a pedi-las. Última palavra de apreço para a nossa Leonor Andrade que apesar de eliminada na semi-final, não envergonhou ninguém.
Foi bonita, a festa. Agora é torcer para que à 6ª tentativa Portugal não falhe o apuramento. Haja fé e mais umas seis décadas de Eurovisão, pelo menos.
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