A música sem tempo de DJ Marfox


Figura de proa da denominada música de dança afro-lisboeta, DJ Marfox (nome de combate de Marlon Silva) é um dos maiores activos da editora Príncipe com acentuada exposição internacional: só no ano passado editou um EP pela americana Lil City Trax (editora com legado no footwork e grime), foi eleito um dos "10 artistas mais quentes do momento" pela Rolling Stone, convidado a participar na Red Bull Music Academy de Nova Iorque e no ciclo de Verão do MoMa, bem como a remisturar "Water Fountain" dos Tune-Yards.

Já em Março deste ano soube-se que a editora independente britânica WARP (de Aphex Twin, Rustie ou Mäximo Park) irá lançar o próximo EP da família suburbana Cargaa 1. Ainda no rescaldo do lançamento do seu último trabalho de estúdio pela NOS Discos, a colectânea Revolução 2005-2008, que retrata o seu período inicial de produção, Marfox esteve à conversa com os alunos de Jornalismo e Crítica Musical da ETIC.

"Ainda há um longo caminho a percorrer, mas que as coisas mudaram, mudaram", responde o DJ quando confrontado com a crescente mediatização desta sonoridade suburbana, explicada em parte pelo culto das noites Príncipe no Musicbox. "De 2011, desde que saiu o meu primeiro EP, até agora, as coisas têm estado a correr bem, mas ainda há um longo caminho, há muita coisa para fazer e muito trabalho para ser feito, porque para mim enquanto produtor que faz o recrutamento de muitos jovens para a Príncipe e encaminha-os, isto é música do futuro, é uma música sem tempo", elucida, para depois explicar a intemporalidade do seu som: "eu posso mostrar-te uma faixa que fiz em 2006 e posso mostrar-te uma que fiz ontem e tu não vais saber qual é que eu fiz em que ano, porque o sampler está lá, é sempre fresco". Frescura essa que, nas palavras de DJ Marfox, alimenta a alma - "o bom desta música é que bate sempre, não é uma coisa que tu comas e depois digas que estás farto. Não, estás sempre a comer, estás sempre a engordar (gargalhada geral). É engraçado", remata à despedida.

"Terra Batida", EP Lucky Punch (2014)




"Urban ADN", EP Subliminar (2013)



* Há uns dias atrás tive a oportunidade de receber o próprio DJ Marfox em contexto de aula, em que cada um poderia colocar-lhe uma questão para depois ser integrada num artigo desta natureza, que agora decido partilhar. As músicas são um estrondo e o tipo é bestial. Vale a pena descobri-lo.

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