2013: Um Balanço Sónico- Parte V

  As figuras  

Macklemore and Ryan Lewis

A dupla formada por Ben Haggerty, o carismático rapper, e Ryan Lewis, o produtor por detrás das canções, foi um dos grandes sucessos de 2013, bafejada pela ascensão ao circuito mainstream após 8 anos de "rodagem" na cena underground. Entre o rap cómico de "Thrift Shop" e "White Walls", o hip hop consciencioso de "Same Love" ou o hino inspirador presente em "Can't Hold Us", ascenderam por várias vezes aos lugares cimeiros dos topes e foram eles quem mais alto hasteou a bandeira do hip hop num ano comandado pelo regresso às sonoridades disco e funk. Para além dos inúmeros troféus alcançados ao longo dos últimos 12 meses, terminam o ano com 7 (!) nomeações para os Grammy Awards e a certeza de terem deixado uma marca indelével no seio de uma nova geração que tão cedo não se esquecerá deles.

  As canções internacionais  

10º Birdy- "Wings", Fire Within

Tenho um orgulho imenso em ver os "meus" Magníficos Materiais Desconhecidos crescer e tornarem-se belíssimos cantores. Uns passam, outros marcam-me de forma passageira e outros ficam para a vida: é o caso da pequena Birdy, que em 2013 lançou-se num voo alado com o seu primeiro álbum de originais. "Wings" está longe de ser perfeito - soa demasiado a "Stop and Stare" e "Yellow" - mas isso pouco ou nada interessa quando o resultado é verdadeiramente mágico e encantador, uma fábula idílica, um sonho sonhado de um outrora dia perfeito. Lindo, lindo, lindo.



 Bastille- "Pompeii", Bad Blood

Foi um dos primeiros temas que surgiram na aurora de 2013 e que desde logo me cativou com a sua gloriosa melodia, que bem poderia ter saído da banda-sonora do Rei Leão. Mas, atenção, que é tremendamente enganadora: é optimista por fora, mas profundamente deprimente por dentro, ou não tivesse o título sido inspirado em Pompeia, antiga cidade romana destruída graças à erupção do Monte Vesúvio. Talvez por isso nunca tenha prestado atenção à letra, tendo-me preferido focar na sua estrutura melódica. Eis um dos singles mais contagiantes do ano.



Arcade Fire- "Reflektor", Reflektor

E no ano em que descobri o legado dos Arcade Fire, tendo-me apaixonado no decurso do processo, não poderia faltar aquele que foi o espantoso 1º single do 4º álbum da banda, um portentoso híbrido de art rock e disco com diversos picos de mestria ao longo dos seus mais de 7 minutos de duração. Um deles é a fenomenal progressão do tema, outro será a participação de David Bowie para um pequeno enorme "olá" e, não menos importante, as breves e deliciosas incursões pela língua francesa de que Régine Chassagne é culpada. Enfim, é só uma das maiores bandas do mundo a agigantar-se um pouco mais. 



  Os álbuns  

Daft Punk- Random Access Memories

Um jejum discográfico de 8 anos culminou numa fome que pedia para ser satisfeita com música electrónica da melhor linhagem a que os Daft Punk já nos tinham habituado. Mal sabia o mundo o que a dupla francesa tinha em mente: um regresso à era dourada da disco e funk dos anos 70 e 80, à música orgânica e minimamente processada, ao tempo em que os próprios álbuns eram ouvidos com extremo fervor. Em Random Access Memories os robots embarcaram numa espantosa odisseia musical, em que tiveram que voltar atrás para apontarem novas coordenadas para um futuro que, graças a eles, já parece mais promissor. Devolveram a humanidade à música electrónica e criaram um clássico para os tempos modernos. Abençoados robots.
Pontos altos: "Giorgio by Moroder", "Instant Crush", "Touch" e "Get Lucky"

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