Factor X: 3ª Gala- Top 11

A 3º gala do Factor X foi pródiga em grandes momentos - existiram melhorias a nível técnico e na qualidade da prestação dos concorrentes. A noite acabou com os X4U e o Jair nos menos votados, sendo que desta vez foi Paulo Junqueiro a ter a batata quente na mão, desempatando a favor do grupo de Paulo Ventura.

Estas foram as minhas actuações favoritas:

Cupcake-"Royals"



Sara-"Skyfall"



José Freitas-"Barcelona"



Berg- "It's a Man's Man's Man's World"



Mariana- "Locked Out of Heaven"



Eis a minha apreciação global:

Jovens

Diogo- Finalmente percebi o porquê de não simpatizar com o rapaz - é tudo uma questão de entrega e linguagem corporal. Como o Ventura disse e muito bem, as suas fracas aptidões de performer são o seu grande calcanhar de Aquiles, porque a nível vocal é excepcional (se bem que a rouquidão exagerada era de evitar). O problema é que, quando ele sobe ao palco, eu não sinto que estou a ver um cantor mas sim um senhor engenheiro a cantar. Não me parece que ele esteja lá contrariado, mas torna-se bastante monótono vê-lo em palco. E eu sou e serei sempre pelos que têm veia de performer. 

D8- Excelente forma de contornar o grande problema que já lhe tinha apontado desde cedo - o território limitado a que está confinado. Foi protagonista do momento mais comovente da noite e, como sempre, o que ele faz é tão genuíno e aguerrido que a coisa só lhe poderia ter corrido de feição. Mas e agora? Não consigo ver como se poderá superar - já cantou acerca da mulher da sua vida, do mentor e da sua ética de trabalho. O que poderá mais ter para contar um jovem de 16 anos? Os statements, por mais fortes que sejam, não o fazem brilhar tanto. E a determinada altura o discurso tornar-se-á repetitivo. Acho que a única coisa que o irá manter no programa (à parte da falange de apoiantes) será a paixão e a vontade de querer estar lá. E, a meu ver, isso é mais do que suficiente para chegar, pelo menos, até aos 5 finalistas.

Mariana- Continua demasiado contemporânea para o meu gosto, mas, e isso é o que interessa, continua também em topo de forma - atacou "Locked Out of Heaven" com golpes precisos, dignos de um exímio TKO. E é curioso ver a sua desenvoltura em palco, que em nada condiz com a figura algo desajeitada que aparentava nas fases anteriores. Acho que Paulo Junqueiro está a ser bastante previsível com as canções que lhe atribuiu: já é a 3ª gala consecutiva que canta hits dos últimos 6 anos. Oh senhor, dê-lhe algo mais Motown, old vibe e com uma boa pitada soul! Ela não precisa de agradar às camadas mais jovens, precisa sim de ser devidamente estimulada e potencializada. 

Grupos

Cupcake- Desta vez Paulo Ventura acertou na mouche. Grande grande actuação, possivelmente a minha favorita da noite. É por aqui o caminho - basta de descaracterizá-las e tentar aproximá-las à força toda das Little Mix. Elas são isto: um grupo que funciona muito melhor num registo acapella e cuja força reside naquelas maravilhosas harmonias. Foi de uma perfeição estonteante - fiquei com um sorriso parvo na cara o tempo todo. É continuarem assim que ninguém as pára.

Aurora- Estes rapazes têm-me vindo a desiludir. Pareciam-me ser a boysband (não há como evitar o rótulo) mais equilibrada, mas com base nas suas actuações, o que eu sinto é que optaram por um registo baladeiro que os faz parecer um bando de madalenas (como um amigo meu disse e bem). Cantar em português é bom, mas fazer sempre as mesmas coisas gala após gala, nem por isso. E quer-me parecer também que individualmente os moços deixam muito a desejar, apenas quando harmonizam é que ganham pujança.

X4U- Foi completamente inesperado vê-los nos menos votados. Mas completamente merecido, também. Não é à toa que Paulo Ventura está sempre a dar-lhes sermões: são muito irregulares e raramente estão à altura das expectativas que neles depositam. Não gostei lá muito desta actuação: teve muita pose e pouca ou nenhuma substância. Paulo Junqueiro teve uma boa oportunidade para ver-se livre deles, mas movido ora por uma sede de vingança (se assim for é desprezível) ora pela ganância dos cifrões (bem, é deplorável na mesma) lá achou que eles mereciam continuar. Pois, só espero que não se arrependa lá mais para a frente...

Yeah! Land- Já esgotei as minhas críticas e palavras menos boas para este grupo. Não gosto deles. Não se trata de um ódio de estimação, simplesmente não fazem sentido para os meus ouvidos. Ainda para mais acho que o tema que cantaram é completamente aborrecido. Já me mentalizei que vou ter que "gramá-los" até às galas finais, mas duvido que a minha opinião acerca deles mude até lá. Como podem melhorar? Não faço ideia, ultrapassa-me. Já se for para piorar basta cantarem Imagine Dragons e farão com que goste ainda menos deles. Peço desculpa pela brutal sinceridade (não é nada de pessoal), mas para mim a honestidade está sempre em primeiro lugar.

Adultos

José Freitas- E à 3ª gala eis que saca do seu trunfo - o canto lírico. Foi espectacular, pois claro: óptimo número de abertura e um dos momentos mais fortes da noite. Tem tido uma evolução notória e é dos concorrentes que mais me tem surpreendido. Confesso que julgava que saíria logo no primeiro programa, mas agora estou deveras curioso para ver até onde chegará. E a continuar assim, o futuro é auspicioso. 

Berg- Isto é o que eu chamo uma fantástica recuperação. Tardava em acordar o bom e velho Berg da fase das audições, mas esta última actuação trouxe ao de cima tudo aquilo que fez Portugal inteiro apaixonar-se por ele - abençoados pulmões! Numa próxima gala gostaria de o ouvir cantar em português, pois tenho a certeza que será ainda mais arrebatador.

Sara- Também tinha receio que se colasse demasiado ao rock de arena e que não fosse tão poderosa noutros registos. Qual quê? Ao cantar "Skyfall" deu provas da sua versatilidade e capacidade de interpretação, doseando com sabedoria o poder/contenção que cada nota exigia. E, assim de repente, o programa ganhou outra forte candidata à vitória.

Jair- É caso para dizer que Jáfoi (desculpem-me, mas estava aqui guardada há imenso tempo para esta ocasião). Não deixa de ser uma pena e tremendamente injusto - afinal de contas, ele tinha vindo a traçar um óptimo percurso e estava a tornar-se num intérprete excepcional. "Love Boat" assentou-lhe que nem uma luva, o que falhou foi mesmo a parte em que o público se esqueceu de votar nele. Enfim, já estou vacinado contra injustiças da pior espécie. Boa sorte, Jair!

Creio que esta foi a melhor gala até ao momento. O palco começa a ganhar vida (do mal o menos, já puseram adereços mas continuam a faltar os bailarinos), notei uma grande melhoria nas backing tracks que acompanham as actuações e os próprios concorrentes agigantam-se gala após gala. E até a própria dupla de apresentadores, pela primeira vez, transpareceu uma certa química, com Babá de volta aos bons velhos tempos.

Por último, gostava apenas de referir os mentores. São, sem sombra de dúvida, o melhor painel de jurados que alguma vez vi num talent show. Fazem críticas construtivas e pertinentes, não estão ali para ofender ninguém e têm uma química formidável, o que torna bastante apetecível ouvir o que têm para dizer - formam um trio irresistível. Parece-me que a Sónia é a melhor mentora, na medida em que concordo com grande parte das críticas que faz e é quem melhor escolhe as canções para os seus concorrentes. Só pecam é por alguma incoerência nas decisões que tomam, mas isso também já era pedir demais - não há jurados perfeitos, mas estes estão lá perto.

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