Factor X: 2ª Gala- Top 12

Passados os nervos da estreia, os 12 finalistas melhoraram bastante face à semana passada. As Cupcake e a Rita foram parar ao lote dos menos votados, mas o grupo de Paulo Ventura levou a melhor sobre a "Toxic girl" num sing off bastante equilibrado.

Aqui estão as actuações de que mais gostei:

Rita- "Break on Through"



Mariana- "Turning Tables"


Sara- "We Don't Need Another Hero"


Cupcake- "Candyman"


X4U- "Blurred Lines"


 Eis a minha opinião relativamente aos acontecimentos do programa:

Jovens

Mariana- Foi protagonista de uma das melhores actuações da noite. E esteve muito mais à vontade do que na semana passada, em que não me convenceu totalmente. É incrível como, alguém com 16 anos, consegue ter tamanha entrega e controlo vocal em palco: foi imaculado. Mesmo assim continuo a dizer que gostaria de a ouvir em coisas menos contemporâneas, acho que poderia brilhar ainda mais. Não está propriamente relacionado, mas não posso deixar de mencionar que este "Turning Tables" em tudo me fez recordar a actuação de outra Mariana (Domingues), vice-campeã de Ídolos 5, que cantou o mesmo tema na gala de estreia. Bom sinal, portanto.

Rita- Passado o susto da estreia, fiquei muito feliz por vê-la a dominar o palco num tema em que pôde finalmente mostrar o que vale. Ainda que não esteja familiarizado com a discografia dos Doors, acho que "Break on Through" lhe assentou que nem uma luva. Foi poderoso, aguerrido e incendiário. Tanto que pensei que o público fosse achar o mesmo. Estava preparado para vê-la a ir embora na semana passada, mas não nesta. E muito menos depois desta prestação. Caramba, acho que até no tempo do Ídolos as votações eram mais justas: quem demonstrava personalidade artística e ousadia em palco, chegava longe. Bem, mas isto é o Factor X e o mundo não é um lugar justo. Doeu, pois claro, mas sei que ela não se perde e, se lhe derem a oportunidade, poderá vir a traçar uma excelente carreira a solo ou como frontwoman, uma espécie de Hayley Williams nacional, porque não? É por causa de concorrentes como ela que gosto tanto de ver talent shows - será para sempre a minha "Toxic girl". Vemo-nos por aí.

D8- Já fez com que conseguisse aceitar a sua presença no programa. Agora vem o mais difícil: mostrar, semana após semana, porque razão deve seguir em frente. Ontem esteve uns furos abaixo relativamente à gala de estreia, na medida em que os versos não preencheram completamente o beat que escolheu (P. Diddy fê-lo melhor). No entanto, gostei da mensagem do tema e da paixão que demonstra sempre que sobe acima do palco.

Diogo- Com ele passa-se o oposto da Mariana: gostava de o ver a cantar temas mais contemporâneos. Acho que está demasiado agarrado à rouquidão da sua voz portentosa e a um registo blues e rock que, apesar de o favorecer, não demonstra todo o seu potencial. Há que explorar outros territórios e ir além do óbvio. Gostei ligeiramente mais desta actuação, mas será preciso mais para me convencer totalmente.

Grupos

X4U- Foi a primeira vez que gostei de os ouvir desde que cantaram "Roar" no Bootcamp. Parece que os puxões de orelhas fizeram maravilhas: estiveram mais à vontade em palco e um nadinha mais afinados. Diria mesmo que (pasmem-se!) esteve entre as minhas actuações favoritas do programa. Aqueles "pa-pa-pa-ra-ra" eram infalíveis e a música, claro, é deveras contagiante. Como a Sónia bem referiu, há discrepâncias entre eles: não sei os nomes, mas há 2 (os que não têm olhos claros) que se destacam dos demais.

Cupcake- Antes mesmo da gala começar, tinha um feeling que seriam elas as expulsas. Bem, não falhei por muito. Gostei bastante da sua actuação, mas continuo a achar que o Paulo Ventura está a torná-las demasiado pop. E elas não eram nada assim quando apareceram. Como o sing off bem demonstrou, estão a pedir um momento mais acústico, com guitarras (copos não, por favor!) e uma maior exposição vocal. As harmonias continuam excelentes, mas foram abafadas pelo instrumental - e aí a culpa é da produção - um problema recorrente ao longo da noite, mas que foi especialmente nítido na actuação delas.

Yeah! Land- O nome continua a parecer-me extremamente ridículo e eles continuam a não fazer sentido na minha cabeça. Terei eu algum problema nos ouvidos? É que todos parecem gostar deles menos eu. Desta vez escudaram-se num musical e podia ter corrido bem melhor. Porque é que em vez de atribuírem solos aos 5, não se focam apenas nuns 2 ou 3? O Filipe, o Paulo e a Adriana aguentam bem o barco. As outras meninas é que desequilibram os pratos da balança. Por mim, tinham ido eles para casa.

Aurora- Os rapazes com nome de girlsband e que dizem não ser uma boysband. Lá uma band são, sem dúvida. Já reparei que eles desde que apareceram têm cantado sempre em português, o que é óptimo, mas que não os torna nos tipos mais versáteis deste mundo. Creio que se têm acomodado de certa forma nesse registo (um pouco doo-wop) e mais tarde terão dificuldade em sair dele. Rapazes, têm que elevar a fasquia.

Adultos

Berg- Parece-me que o senhor Berg tem vindo a perder algum gás das audições para as galas. Continua a ter actuações muito boas, pois continua, mas será preciso mais do que está a dar actualmente, para conseguir vencer. "Purple Rain" não era canção para ser tocada em minuto e meio, era um trunfo que deveria ter jogado lá mais para as galas finais, em que pudesse tocar mais do que o refrão. Ele que abra a pestana, pois, neste momento, a Mariana leva vantagem...

Jair- Acho que foi a primeira vez que ouvi "Back to Black" interpretado por uma voz masculina. Talvez por isso tenha estranhado a sua actuação. Isso e porque o estilo de Amy Winehouse é inconfundível. Houve momentos que gostei e outros que nem por isso. Percebo que ele tenha interpretado à sua maneira, mas acaba sempre por haver uma certa desvirtuação relativamente ao original. Mesmo assim, continuo a gostar dele.

José- Também pensei que fosse um dos menos votados, isto antes da gala ter sequer início. Mas nem por sombras merecia tal destino, depois da formidável actuação que protagonizou. Não conhecia o tema, mas fiquei extremamente convencido - parecia um matador em plena arena de touros. E notem que ainda não sacou do seu trunfo: o canto lírico.

Sara- Gosto sempre de a ver: irradia energia e garra por todos os poros. Tal como na semana passada, o tema foi genialmente escolhido. Está talhada para grandes canções rock, de estádio, que peçam para ser bradadas a plenos pulmões e, parece-me a mim, que o público gosta bastante dela. Mas, tal como acontece com os outros, também ela não deve ficar agarrada a esse rótulo. Numa próxima, gostava de a ouvir cantar em português - algo que já fez e muito bem.

Quanto aos concorrentes não tenho mais nada a apontar. Já quanto à produção, tenho umas quantas críticas: aquele palco continua demasiado despido e mal aproveitado, a parte instrumental precisa de umas quantas correcções (as Cupcake foram que mais sofreram com os problemas), a etapa do sing off precisa de uns quantos ajustes (parece que ninguém tinha planeado os moldes em que decorreria) e têm que aprender a tratar correctamente os artistas de grande calibre (pobres Il Divo que devem ter ficado com uma péssima impressão do nosso país). E, depois, o que raio estava a fazer aquele robot gigante à solta?! Não têm fins mais inteligentes onde aplicar o dinheiro? Na minha mente imaginei que se revoltasse e começasse a destruir tudo à sua volta... enfim, a minha imaginação é tramada.

Os jurados, por outro lado, vão muito bem. As picardias (por vezes pouco inocentes) dão um maior ênfase ao programa e cria-se ali uma dinâmica muito apetecível entre os três. Quanto aos apresentadores, a Babá vai um pouco rígida (bem, percebe-se o porquê da contenção) e o Manzarra parece ter recuperado a frescura e piada de outrora.

Sigam-me no facebook, através da página oficial do blog.