Britney Spears, A Lendária Princesa da Pop- Até quando?

Este é o sexto (e último) post de uma colecção dedicada à vida e obra de Britney Spears.


Em 2013, Britney Spears chega ao álbum nº8 da sua carreira já distante dos dias de glória, das polémicas e do caos que a caracterizaram durante toda a década passada. Atrevo-me mesmo a dizer que para muitos, é sinónimo de piada de mau gosto e de artista quase acabada- é a Britney b*tch, aquela que não há muito tempo integrava o painel de jurados do The X Factor americano e que cantava baboseiras ao lado de will.i.am.

Onde fica a lenda no meio disto tudo? Reside apenas na memória de alguns, como eu, que por mais que a idade avance, não se esquecerão que ela foi o retrato de um tempo em que a pop ainda era um jogo justo e ela era a estrela que triunfava sobre todas as outras - ditava modas, influenciava gerações, ousava e inovava com as polémicas (sim Miley, já vimos isto tudo antes) apaixonava multidões e, pelo meio, ainda revolucionava o panorama musical.

Se olharmos para a actual hieraquia da pop, os nomes de Lady Gaga, Katy Perry e até - que asco - Miley Cyrus, são quem mais ordenam e, como tal, deveriam elas ser as novas Princesas da Pop, não? Errado. Tal como acontece na monarquia, isto é tudo uma questão de sucessão. Britney chegou primeiro e, passo a passo, conquistou o seu caminho até ao título, desbravando terreno para todas as outras que se seguiriam. Portanto, a menos que, num espaço de 10 anos, as três acima referidas consigam igualar os feitos de Britney, o título permanecerá nas mãos desta.

Prestes a comemorar 32 anos, é seguro dizer que a carreira de Britney Spears está a entrar noutra etapa - aquela em que vemos a estrela para além do brilho e glamour do showbiz. Britney Jean, o novo álbum, é um passo em frente nesse sentido - o seu disco mais autobiográfico de sempre. Revolucionar a pop já não é uma prioridade: seria até pedir-lhe demais, não tivesse ela já o seu quinhão de manobras inovadoras e intemporais.

Neste momento apenas lhe é pedida uma coisa: que continue em frente. Não se trata de ter hits que a mantenham à tona, trata-se sim de continuar a acompanhar uma artista que tem sido parte integrante das nossas vidas nos últimos 14 anos - conhecemo-la ainda adolescente, vimo-la crescer e tornar-se num ídolo geracional, numa mulher que ousou ultrapassar os limites da pop, que cedeu à pressão e descarrilou, apenas para depois se erguer e reforçar o seu estatuto.

Foi, é e para sempre será o meu grande amor musical: quero envelhecer com ela, vê-la cantar sobre rugas e dramas dos 40. Quero vê-la a cantar e a fazer música sobre tudo aquilo que sempre quis, e não a deixaram. Quero vê-la a celebrar 20 e 30 anos de carreira. Enfim, quero que faça parte da minha vida até ao dia em que fechar os olhos. É a criança, o adolescente e o jovem adulto que fala comovido e diz: bendita sejas, Britney Spears, pelo dia em que entraste na minha vida. Obrigado por tudo.

 

Os meus singles favoritos


3º "Everytime", In the Zone (2003)

É a balada suprema da sua carreira - etérea, assombrosa e celestial.  Supostamente escrita acerca da sua separação de Justin Timberlake, é um honesto e belíssimo pedido de desculpa, mesmo que a própria nunca o tenha admitido. O vídeo foi extremamente profético, assinalando o fim da inocência e como que adivinhando o inferno em que a sua vida caíria. Daqui em diante nada voltaria a ser como dantes.



2º "Circus", Circus (2008)

O retorno à proeminência pode-se ter dado com "Womanizer", mas na verdade só fiquei plenamente satisfeito quando ouvi "Circus", a canção que possivelmente melhor define a vida e obra de Britney e o seu tema mais fabuloso desde "Toxic". Com o condão de Dr. Luke, é alusiva ao circo mediático em que a sua vida se tinha tornado e a esse momento estupendo que é estar no centro do palco e ser o objecto de admiração de milhões - o derradeiro hino das estrelas pop.


 1º "Toxic", In the Zone (2003)

Nem poderia ser outro a ocupar este lugar. Já lá vão 10 anos, mas "Toxic" continua a ser um dos temas pop mais perfeitos de todos os tempos. Produzido pelos supra-sumos Bloodshy & Avant,  redefiniu a cultura musical da época, inspirou gerações, influenciou centenas de artistas e foi ilustrado por um vídeo absolutamente icónico em que a vingança se serve em melenas loiras, ruivas e morenas. Despoletou o meu amor incondicional pela música e por Britney Spears - é, sem dúvida, uma das canções da minha vida.



Os meus álbuns favoritos

 

Circus (2008)

Um ano depois de, em plena fase tumultuosa, ter assinado com Blackout a aventura mais excitante da sua carreira, Britney Spears regressava à boa-forma com um disco bem menos comandado pela electrónica e mais formulaico, assente numa pop certinha destinada ao circuito mainstream e com o objectivo de reconquistar o título de Princesa da Pop, algo que conseguiu, muito por culpa dos produtores que com ela trabalharam: Dr. Luke, Max Martin, Guy Sigsworth ou Bloodshy & Avant. Graças a Circus voltei a apaixonar-me por Britney Spears, de quem andava um pouco distante, e o certo é que hoje em dia ainda o oiço bastante. Talvez porque me relembra o porquê de gostar tanto dela.
Singles: "Womanizer", "Circus", "If U Seek Amy" e "Radar"
In the Zone (2003)
Se este álbum não tivesse saído na altura que saiu, provavelmente este blog não existiria. É ele a base das minhas raízes de melómano e a razão principal pela qual nutro um grande respeito e admiração por Britney Spears. Recebi-o no Natal de 2003 e acompanhou-me durante muito tempo, influenciando-me até aos dias de hoje. Lendário de uma ponta à outra, marcou a passagem de Britney à idade adulta, tanto a nível de imagem como a nível artístico e revolucionou o panorama musical da época, apontando novos caminhos para a pop. É muito bem capaz de ser o meu álbum favorito de todos os tempos.
Singles: "Me Against the Music", "Toxic", "Everytime" e "Outrageous"

E assim cai o pano nesta que foi, talvez, a mais grandiosa e ambiciosa colecção de posts que o Into the Music alguma vez fez. Pelo menos, garanto-vos, foi a mais sentida. Espero ter-vos elucidado ou recordado acerca do legado desta figura incontornável que muitos desprezam e poucos defendem, mas sem conhecimento da causa. Como grande amante da pop, cabia-me a mim defender a honra de um dos seus vultos maiores e acho que o fiz da forma mais nobre e apaixonada possível. Obrigado pela atenção e até uma próxima.

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