Factor X: 1ª Gala- Top 15

Decorrida que está a primeira gala em directo, em que os 15 finalistas subiram ao palco pela primeira vez, é tempo de opinar acerca de tudo aquilo que aconteceu. Primeiro seguem-se somente aquelas que considero terem sido as melhores actuações da noite, e só depois então procederei à minha habitual crítica. E tenho tanto para dizer...
Aqui estão elas, sem nenhuma ordem de preferência em particular:
D8- "Best Day Ever"


Jair- "That's Life"



Mafalda- "Firework"


Cupcake- "Single Ladies (Put a Ring on It)"


Sara- "Keep the Faith"


Pelos anos em que já vejo talent-shows (ui ui, já tenho o mestrado nisto), tenho vindo a perceber que a 1ª gala raramente tem actuações assombrosas. Factor X não foi excepção: de uma forma geral, acho que os concorrentes estiveram à altura do que lhes era pedido, mas também não foram mais além, o que é perfeitamente normal - os nervos, a adaptação ao palco e a responsabilidade de não desiludir quem apostou neles também não dá azo a grandes aventuras. Estiveram praticamente todos ao mesmo nível, daí que não consiga eleger o melhor da noite. Mas consigo (e quero!) falar de cada concorrente em particular. Vamos por equipas:
Jovens
Mariana- Tinha grandes expectativas para a moça e o certo é que não fiquei tão deslumbrado como pensei ficar. Acho que o problema se prende com o tema que cantou - "Irreplaceable" - não totalmente indicado para a sua voz. Faltou-lhe algum groove e traquejo R&B e notei ligeiras imperfeições na forma como terminava alguns versos, mas mesmo assim teve uma óptima prestação. Quero vê-la ao piano, à guitarra e a cantar coisas mais soul e mais old school. Continuo a ser seu grande fã, claro.
D8- Definitavamente, a animosidade que nutria por ele já é coisa do passado. Reparem que foi apenas um dos dois concorrentes a cantar em português, e como tem um trabalho hercúleo: pega numa batida, constrói os seus próprios versos e adapta-a à sua realidade - e isso é algo de bastante valor. E, para meu espanto, no final dei por mim a torcer para que ficasse  no programa. Adoro a forma como está a quebrar as minhas barreiras e a mudar (espero eu) a mentalidade dos portugueses em relação ao hip hop.
Diogo- É o concorrente de que menos gosto nesta categoria. Ainda não percebi bem o porquê, visto que tem uma das melhores vozes masculinas... eu sei lá, talvez seja do ar austero e imponente. Em "Georgia on My Mind" as coisas mantiveram-se mornas de início e só a meio da canção é que me convenceu. Gosto da forma como manipula a sua voz por diversos registos e quando saca do falsete, mas será preciso mais para me conquistar.
Mafalda- Eu quase que nem a reconheci ontem: teve uma evolução fantástica das provas anteriores para o directo, tendo controlado o vozeirão e os tiques vocais que já lhe haviam sido apontados. Acho mesmo que foi a melhor da sua equipa, daí que a sua saída tenha sido bastante prematura. É uma pena, mas com tantas e injustas baixas, uma pessoa começa a habituar-se.
Rita- Não vou esconder que é por ela que o meu coração mais palpita. Imaginem por isso o drama, a tragédia e o horror que senti quando a vi cantar "Apologize" - completamente desajustada para o tipo de artista que é. Levei as mãos à cara com receio de vê-la a descarrilar. Ainda para mais, passei a semana toda com um feeling que seria ela a expulsa da sua equipa... Pobre Rita, muito fez ela com uma canção tão enjoadinha, mas merecia tão mas tão mais.... O que a safou da expulsão? O sentimento de culpa de Paulo Junqueiro. Acho que o raciocínio dele deve ter sido o seguinte: "ora, dei à Mafalda um tema em que podia brilhar e o público não votou nela, enquanto que para a Rita não fui feliz na escolha musical e sou eu o único culpado pela situação em que a coloquei". Acho que fez o que estava certo. Eu sinto que ela é capaz de mais: caramba, alguém que canta o "Toxic" daquela maneira só pode ser incrível. Agora é preciso é que o mentor saiba extrair o melhor dela. Vamos lá, quero ver essas entranhas em palco!
Grupos
Yeah! Land- Mas que ***** de nome é este?! Só pode ter sido inspirado nos Teletubbies. Francamente... Bem, eu de início até estava a gostar e pensei que finalmente tinham encontrado a voz enquanto grupo, mas quando passaram das harmonias conjuntas para o show-off individual deitaram tudo a perder (então a última rapariga a contar da esquerda fez-me sangrar os tímpanos). Continuo a não gostar deles e acho que só dois se aproveitam: o Paulo e a Adriana, que originalmente formavam um duo. E acho que estariam muito melhor se assim tivessem continuado.
Aurora- Nem acreditam na quantidade de vezes que me escancarei a rir ao longo da noite com o nome dos moços. Aurora?!! Eu sei que é um sinónimo de "amanhecer", mas, caramba, não estavam muito melhor quando se intitulavam Bring Us Tomorrow? O Paulo Ventura merecia incorrer numa pena disciplinar por atentado ao bom gosto, era o que era. Encostaram os X4U a um canto e mostraram ser o grupo mais forte da noite, se bem que ainda há ali muitas coisas que podem melhorar (a forma como um deles disse "olharrrrrrr" é quase imperdoável).  Gostei, mas já os vi a fazer melhor.
X4U- São sempre demasiado óbvios. Já tem o rótulo de "One Direction nacionais" colado a eles e nem se esforçam para tentar sair dessa redoma... se bem que, desconfio que não valem mais do que já mostraram. Pareceram-me demasiado nervosinhos e acelerados. Foram eles o elo mais fraco e se este mundo fosse justo, seriam eles a abandonar o programa. Infelizmente acho que vão chegar longe, demasiado longe.
Netas do Fado- Ora aqui é que o nome deveria ter mudado, já que "Netas do Fado" cheira tanto a naftalina... O problema desta dupla é que uma puxa para um lado e outro para o outro: a Jéssica é como um barco rabelo que flutua docemente, enquanto que a Margarida é uma locomotiva furiosa que ameaça descarrilar a qualquer segundo. A solução? Dava pelo nome de Marisa, o terceiro elo que tudo equilibrava. Gostei da actuação, mas não funcionam bem juntas. Mesmo assim, ter-lhes-ia dado outra oportunidade.
Cupcake- Helis & Ela não era um nome fantástico, é certo, mas Cupcake parece não transmitir a sua essência. Porque não Mon Chéri ou Mufinnetes? Parece-me que há aqui uma óbvia tentativa de fazer delas as Little Mix portuguesas, mas acho que lhes falta um certo toque urbano para que tal aconteça. O facto de serem o único grupo original é um grande ponto a seu favor: não se aglutinam, complementam-se. Para primeira actuação não foi nada mal, mas se forem por outro caminho poderão ter melhor sorte. Foi uma sábia decisão mantê-las no programa.
Adultos
Daduh King- Trouxe a disco fever para o palco do Factor X e uma panóplia de movimentos elaborados que vieram abrilhantar grandemente a sua actuação. Contudo, facilmente se eclipsou numa noite de grandes talentos. Tivesse ele interpretado uma balada e talvez ainda estivesse a concurso. Considero que a sua saída foi justa.
José Freitas- Terei sido eu o único a achar que a transformação de visual o tornou bastante parecido com Paulo Ventura? Teve uma interpretaçao bastante segura e credível e acho que foi a primeira vez que gostei de o ouvir fora da pele de tenor - registo esse que teria sido bastante óbvio trazer a esta primeira gala.
Jair- Julgo que teve a melhor prestação da sua equipa. A pele de crooner assenta-lhe muito bem (se bem que a de cantor soul também) e considero que tem evoluído de programa para programa. Bendita a hora em que Sónia Tavares salvou-o, justamente, da expulsão iminente. Assim sendo, ainda mantenho viva a esperança de ouvi-lo cantar "I Believe I Can Fly".
Sara- Ao contrário de outros programas do género, o rock não tem grande expressão no Factor X, o que é de admirar. Ainda para mais, é uma mulher a fazê-lo: o que torna as coisas bem mais interessantes. Juro que não conhecia este tema, mas acho que é a cara da Sara e enalteceu as suas melhores qualidades. Grande garra e presença de palco.
Berg- Esperava que tivesse vindo dele a melhor actuação da noite. Mas não. Foi muito boa, como aliás, são sempre todas as actuações do senhor Berg, mas foi extremamente prevísivel. O tema não lhe fez justiça e não brilhou como é hábito. Mas, atenção, continuo a acreditar que é o mais forte candidato à vitória.
Ufaa, parece que acabei de subir ao topo do Kilimanjaro. Antes de dar isto por terminado, ainda há um aspecto que quero referir: o palco. Não que tenha ficado propriamente desiludido com a sua dimensão, mas esperava uma coisa mais ao género da versão britânica ou americana. Detestei o tom azul (que só me fez lembrar o Ídolos) e acho que há ali uma falta de aposta na componente cénica: que tal arranjarem bailarinos, uma banda ao vivo, um jogo de luzes mais eficaz e até uma cenografia que sirva de narrativa às actuações? Foi um óptimo programa, mas há tanto que pode ser melhorado ainda. Vamos lá a corrigir isso, que ainda têm umas 9 semanas até ao fim.
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