Britney Spears, A Lendária Princesa da Pop- Subida ao Trono

Este é o terceiro de uma série de posts dedicada à vida e obra de Britney Spears.


28 de Agosto de 2003. A ocasião era a 20ª edição dos MTV Video Music Awards, o célebre evento que ficou imortalizado por uma icónica actuação de abertura que juntou pela primeira vez a realeza da pop no mesmo palco - Madonna, Britney Spears e Christina Aguilera. Do que cantaram já poucos se lembram, mas do beijo que trocaram ninguém se esquece. Uns dizem que foi o princípio da ruína de Britney. Eu digo que foi o início da sua ascensão rumo ao trono de Princesa da Pop.

Eu tinha 11 anos e, como grande parte das pessoas que estavam a assistir, fiquei boquiaberto perante o que via. Graças a ele, aconteceram duas coisas importantíssimas na minha existência: marcou o meu despertar musical, na medida em que passei a nutrir um maior interesse por música e foi o momento em que Britney Spears entrou definitivamente na minha vida.

Menos de 3 meses depois era lançado o seu 4º álbum de estúdio - In the Zone - o primeiro em que a cantora tomava as rédeas da sua carreira e assumia total controlo criativo. Antecedido por "Me Against the Music", novamente ao lado de Madonna, o álbum estreou-se em 1º nas tabelas americanas, tornando-se no seu 4º disco consecutivo a atingir o nº1 em terras do Tio Sam e fazendo dela a primeira artista feminina a cometer tamanha proeza.

Mas não é quebrando recordes e coleccionando números 1 que alguém chega onde Britney chegou. É fazendo o que poucos conseguem - revolucionando a pop. E em Janeiro de 2004 era erguido o maior monumento à pop jamais construído no século XXI - "Toxic" - tema que redefiniu o panorama musical da época e que lhe atribuiu, por fim, o ceptro de Princesa da Pop.

A atravessar o pico da sua carreira, começaram também as atribulações na sua vida amorosa: um primeiro casamento com um amigo de infância, no início de 2004, que deu em divórcio ao fim de 55 horas e, 8 meses depois, o segundo matrimónio (já mais duradouro) com Kevin Federline, o futuro pai dos seus 2 filhos e - suspeito eu - um dos causadores da sua ruína.

Antes de fazer uma pausa na carreira para constituir família, Britney editaria ainda em Outubro de 2004 o seu primeiro best of, uma compilação que reúnia os maiores hits do seu percurso - que chegava então aos 5 anos de existência. O ambiente era festivo, mas à espreita estava um período de decadência e caos. Ninguém o poderia ter impedido - havia um preço a pagar pelos 5 anos de ascensão meteórica. E Britney Spears preparava-se para sentir na pele os seus efeitos.

 

Os meus singles favoritos


13º "Radar", Circus (2008)

A história deste tema é curiosa: surgiu originalmente no alinhamento de Blackout, estando para ser lançado como 4º single do mesmo. Quis o destino que tal não acontecesse e veio a transitar para o alinhamento do seu sucessor - Circus - sendo lançado como 4º single desse álbum, no Verão de 2009. De génese electropop e synthpop, com distorções várias, auto-tune e vocoders à mistura foi ilustrado com o vídeo mais sofisticado de sempre de Britney, repleto de classe e glamour, prestando homenagem a "Take a Bow" de Madonna.



12º "Till the World Ends", Femme Fatale (2011)


Para o 2º single de Femme Fatale, Britney Spears brindou-nos com uma ode dance/electro pop para o pseudo-apocalipse que atingiria o Mundo a 21 de Dezembro de 2012. Novamente com Dr. Luke e Max Martin no comando, a crítica aplaudiu o carácter antémico e enérgico do tema e considerou-o o seu single mais imediato desde "Toxic". Para dançar como se não houvesse amanhã.



11º "Do Somethin'", Greatest Hits: My Prerogative (2004)

Lançado como 2º single do seu primeiro best of, esteve quase para não o ser - não fosse a insistência de Britney, que fez finca-pé com a sua editora para que tal acontecesse. Marcou a primeira experiência da cantora atrás das câmaras, tendo co-realizado o vídeo, e, curiosamente, foi o último que gravou antes de dar à luz o seu primeiro filho e de ter caído numa espiral auto-destrutiva. Produzido pelos Bloodshy & Avant (vénia), é estridente, divertido e esbanja atitude a rodos.



Os meus álbuns favoritos


The Singles Collection (2009)

A segunda retrospectiva da sua carreira chegou 5 anos após a primeira, servindo para assinalar os seus 10 anos de actividade na indústria musical. É coisa rara assistirmos ao lançamento de duas compilações num tão curto intervalo de tempo, mas também é certo que estamos a falar do percurso mais fantástico nos meandros da pop no séc. XXI, daí que seja incontornável e obrigatório. O alinhamento segue uma ordem cronológica, sendo que as novidades se prendem com a presença de um inédito - "3" - e com a inclusão dos seus últimos singles, referentes à era Blackout e Circus. É uma autêntica bíblia sagrada da pop.
Singles: o inédito "3" e outros 16 da velha-guarda

Femme Fatale (2011)

O 7º e último álbum por ela editado entrou pelos labirintos da dance pop, electrónica, dubstep, techno e trance. No papel é tudo muito bonito. Mas na prática está aqui um álbum sem vida e robotizado em que Britney entrou em piloto automático, guiada pela sábia mão de produtores como Dr. Luke, Max Martin, Billboard, Bloodshy & Avant, Benny Blanco ou Shellback - que a salvam da desgraça aparente. O disco está repleto de hits de uma ponta à outra, mas o meu problema com ele prende-se com a falta de identidade, ousadia e ambição. Excepção feita a "How I Roll", "Inside Out" e "Trip to Your Heart" - momentos de ouro num álbum pouco reluzente.
Singles: "Hold It Against Me", "Till the World Ends", "I Wanna Go" e "Criminal"

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