Britney Spears, A Lendária Princesa da Pop- Fénix Renascida

Este é o quinto de uma série de posts dedicada à vida e obra de Britney Spears.

 
Foi em Setembro de 2008, nos VMAs desse ano, que se vislumbraram os primeiros sinais de recuperação: para além de aparentar um aspecto bem mais saudável, Britney levou para casa 3 prémios (incluíndo o de Vídeo do Ano), tendo sido a grande estrela da noite. No entanto, não deixa de ser irónico que tenha sido o showbiz, esse mesmo culpado pela sua queda, o responsável pelo retorno à boa-forma - era como se a indústria musical quisesse reparar todo o mal que lhe havia causado.
 
Mas a confirmação de que o pior já tinha passado veio com a edição de Circus, o seu 6º álbum de estúdio, lançado em finais de Novembro de 2008. "Womanizer", o seu single de avanço, tornou-se no seu primeiro tema a escalar até ao nº1 da Billboard Hot 100 desde o longínquo "...Baby One More Time" e o próprio disco estreava-se no topo da tabela de álbuns com meio milhão de cópias vendidas. Foi um regresso triunfal: o público tinha imensas saudades dela e respondeu de forma muita positiva.  E eu, claro, não cabia em mim de contente.
 
Aos poucos, Britney começava  a recuperar o controlo da sua vida: afastando todos os que lhe queriam mal (ex-namorados interesseiros e managers execráveis) e concentrando-se na sua carreira. Em Março de 2009 embarcou numa bem-sucedida digressão de suporte promocional a Circus e em Novembro desse ano editava The Singles Collection - o seu segundo best of - de forma a assinalar os seus 10 anos de carreira. Qual fénix renascida das cinzas, o mundo tinha de volta a sua Princesa da Pop.
 
Com a chegada da nova década, o desafio era outro: sabendo que os problemas já pertenciam ao passado, conseguiria ela conservar um título disputado por outras artistas femininas emergentes (Lady Gaga, Katy Perry) e revolucionar, uma vez mais, os canônes da pop? Seria o seu 7º álbum - Femme Fatale (2011) - a responder a essas questões.
 
Se singles como "Hold It Against Me" ou "Till the World Ends" a mantiveram nos lugares cimeiros das tabelas, o disco em si - fortemente influenciado pela música electrónica - falhou na tentativa de apontar novos e excitantes caminhos para a pop. Muito se deveu por culpa da própria Britney, que havia entrado numa espécie de piloto automático - mortiça e sem o fogo de outrora no olhar.
 
Houve momentos em que cheguei a perguntar a mim mesmo "será que ela continua a gostar do que faz, ou estará alguém a obrigá-la a fazê-lo?". E se antes era uma possível recaída que me assustava, agora era a falta de brio e empenho com que encarava a sua carreira que me atormentava. Estaria ela perdida para sempre? Mudada, sim. Acabada? Nunca.
 

Os meus singles favoritos

 
7º "3", The Singles Collection (2009)
 
É o último grande clássico de Britney: electropop incendiária by Max Martin cujos versos provocantes fantasiam acerca de aventuras libidinosas a três. Lançado para assinalar os seus 10 anos de carreira, tem tudo aquilo que se pode querer de um vídeo seu - coreografia aux point, look perfeito, sensualidade a rodos e aquele movimento icónico da língua.  O four-on-the-floor (padrão rítmico típico da disco dos anos 70) não só está presente na estrutura do tema como nos seus versos... ah pois, a coisa aquece a ESSE ponto. 



6º "Gimme More", Blackout (2007)
 
It's Britney, bitch! Numa fase de tremenda turbulência pessoal, é quase irónico dizer que Britney Spears nunca esteve tão certa de nada como quando lançou "Gimme More", inesquecível cartão de visita de Blackout. E parece também impossível que um dos piores vídeos da sua carreira ilustre um dos seus melhores temas. Mas é a mais pura das verdades. É o inferno levado à pista de dança e uma das mais diabólicas/icónicas criações dos anos 00 nos meandros da dance pop.
 


5º "...Baby One More Time", ...Baby One More Time (1999)
 
É mais por uma questão de respeito que coloco o incontornável single de estreia de Britney Spears no top 5 dos seus melhores singles, do que de afectividade. Tinha uns 7 anos quando isto saiu e não senti na pele a loucura que provocou, mas à medida que fui crescendo e explorando o seu legado, percebi que teve um impacto colossal. Foi um autêntico marco cultural e geracional: é uma das melhores canções pop de todos os tempos e tem um dos vídeos mais icónicos de sempre. Faço-lhe uma longa e demorada vénia.
 


4º "Break the Ice", Blackout (2007)

É capaz de ser o seu tema mais subestimado de sempre, em parte porque foi lançado em plena "época maldita" e não teve qualquer tipo de promoção, algo que é patente até no próprio vídeo - idealizado em forma de anime e baseado na super-heroína de "Toxic". Pedaço avant-garde de electro-R&B com influências de rave e crunk, suspeito que figuraria no nº1 desta lista caso tivesse sido extraído todo o seu potencial. Simplesmente estrondoso.
 


Os meus álbuns favoritos


Greatest Hits: My Prerogative (2004)
 
Após 5 anos de uma carreira curta mas recheada de feitos impressionantes, Britney Spears lançava aos 22 anos o seu primeiro best of, aquele que seria o seu último lançamento antes de descer ao inferno e cair em desgraça. Por esta altura Britney estava no topo do mundo, era inquestionavelmente a Princesa da Pop e eu nutria por ela uma grande admiração. Aqui reside a história da primeira metade de um dos percursos mais fabulosos da década passada, da miúda inocente de uniforme à rapariga provocadora que estava a revolucionar os parâmetros da pop. Incontornável e obrigatório .
Singles: "My Prerogative" e "Do Somethin'"
 
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