Odisseia Musical: 2009, À Flor da Pele- Parte IV

No derradeiro capítulo de 2009, recordo os três artistas que mais se destacaram com as suas criações: Lady Gaga, Black Eyed Peas e Beyoncé.

Se 2008 foi o ano da revelação de Lady Gaga, 2009 foi o da explosão de um fenómeno como há muito não se via, tendo ela abalado os alicerces da pop com raízes bem firmadas na música de dança, aliada a uma estética visual assente no glam rock em que a excentricidade era a palavra de ordem. O que nos propunha era bastante ousado e genial, de maneira que o Mundo respondeu efusivamente ao chamamento da futura Mother Monster. E se é verdade que foi graças a temas como "Poker Face", "Paparazzi" e "LoveGame" que alcançou a esfera do mainstream, seria com a edição do EP de 8 faixas - The Fame Monster - que revolucionaria os canônes da pop. "Bad Romance" encerrou a década de forma magistral, apontando novos e excitantes caminhos para a dita música comercial.

Num pólo não muito distante encontrávamos os Black Eyed Peas a atravessarem a etapa mais incrível da sua carreira. Nesse ano lançavam The E.N.D., que marcava o fim da indústria musical tal como a conhecíamos, disco que foi extremamente bem recebido pelo público, aproximando o quarteto de uma nova geração de ouvintes, sedenta de electropop. O pico comercial foi atingido nos EUA, sendo que comandaram durante 26 semanas consecutivas  (!!) a tabela de singles com "Boom Boom Pow" (12 semanas) e "I Gotta Feeling" (14 semanas) - um feito espectacular, ainda para mais numa altura em que assinalavam 10 anos de carreira.

Beyoncé mostrava o porquê de ser considerada a artista feminina mais sólida da década (distinção que, aliás, recebeu dos seguidores do Into the Music) ao coleccionar elogios, inúmeros prémios e concertos esgotados no âmbito do seu 3º álbum - I Am... Sasha Fierce - que alcançou uma longevidade impressionante nas tabelas. "Single Ladies (Put a Ring On It)", "Halo", "Diva", "Ego", "Sweet Dreams" e "Broken-Hearted Girl" foram os (muitos) singles editados, todos eles com direito a vídeo, que ora reflectiam o seu verdadeiro "eu", ora ilustravam o seu alter-ego.

Quando olho para 2009 recordo-o como o último ano em que tudo parecia encaixar no seu lugar: havia lógica, originalidade, justiça (na medida em que os bons triunfavam e os maus fracassavam) e as redes sociais ainda não tinham um papel tão preponderante no panorama musical como aquele que têm hoje - lá se foi a inocência... Mais do que o encerrar da década, foi o fechar de um ciclo e a despedida dos tempos tal como os conhecíamos. O futuro, esse, era uma completa incógnita.

Os temas que mais me marcaram

3º Beyoncé- "Halo", I Am... Sasha Fierce

É um dos meus temas favoritos da Honey B e um dos momentos mais iluminados do seu 3º álbum. Lembro-me perfeitamente do momento em que a ouvi pela primeira vez e a forma como me atingiu - como se banhasse cada fibra do meu ser numa luz divina. É uma criação sublime de Ryan Tedder que Beyoncé soube elevar a um patamar de excelência. Simplesmente mágico.



2º Rihanna- "Russian Roulette", Rated R

Face aos acontecimentos lamentáveis que ocorrem com Chris Brown, as coisas não poderiam ter sido de outra forma neste que foi o seu primeiro tema após o incidente. A descida às catacumbas retratada em Rated R teve início com este tenebroso 1º single produzido por Ne-Yo, que tão bem evoca a situação por ela vivida. É assombroso, poderosamente interpretado e negro de dor. Nascia aqui uma admiração ainda mais intensa da minha parte por Rihanna.



1º Britney Spears- "Circus", Circus

Como é que se explica o facto de que um tema lançado no final de 2008 tenha batido todos os referentes ao ano desta Odisseia e acabado no lugar cimeiro desta lista? Bem, trata-se de Britney Spears (ainda preciso de dizer o quão gosto dela?) e daquele que considero ser o seu melhor tema desde "Toxic". É uma excelente canção pop que resume toda a existência de Britney: nascida para estar no centro do palco e inspirar multidões. Perfeita.



Os álbuns que mais me marcaram

2º Paramore- Brand New Eyes

É um pouco injusto colocar Brand New Eyes em 2º lugar nesta lista, quando se trata de um dos álbuns da minha vida e significa tanto para mim como o disco que ocupa a 1ª posição - foi doloroso, mas tinha que fazer uma escolha. O 3º álbum de estúdio dos Paramore é o retrato de uma banda que, no decorrer do processo de gravação, esteve à beira de desmoronar, cercada por inseguranças, tensões e problemas de comunicação. Mais importante ainda, é um álbum que relata a turbulenta entrada na vida adulta, tendo servido de banda-sonora aos meus 17/18 anos. O grupo sobreviveu para contar a história, mas não resistiria a um novo capítulo, levando à saída dos irmãos Farro.
Este é o álbum de: "Ignorance", "Brick by Boring Brick", "The Only Exception", "Careful" e "Playing God"

1º Rihanna- Rated R

Eu já gostava muito de Rihanna, mas foi graças a Rated R que passei a apreciá-la devotamente. O seu 4º longa-duração é a grande obra-prima da sua carreira, um disco de afirmação artística e um testemunho brutalmente honesto de uma alma atormentada, triste e amargurada. Ninguém sabe como teria sido a sua carreira se o incidente com Chris Brown nunca tivesse ocorrido mas, para o bem e para o mal, mudou-a para sempre. Tenebroso, obscuro e sonicamente complexo com momentos pop, R&B, hip hop, rock, dancehall, dubstep e de música latina, é um disco absolutamente magistral para alguém que contava apenas 21 anos. Em suma, marcou a ferro e fogo a minha vida.
Este é o álbum de: "Russian Roulette", "Hard", "Wait Your Turn", "Rude Boy", "Rockstar 101" e "Te Amo"

Chega assim ao fim o 7º capítulo desta Odisseia Musical, iniciada em Abril passado. Por agora farei uma pequena pausa na história, mas estou de regresso em Janeiro para narrar os 4 últimos capítulos. Até breve!

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