The Power of Glee- Que futuro?


Como acontece com todas as grandes séries, que terminam enquanto ainda estão lá no topo, Glee não deveria ser excepção e devia dar por concluído o seu enredo na actual 5ª temporada. Mas um conjunto de decisões precipitadas levaram a que, no final da 4ª série, fosse renovada por mais duas - decisão essa que hoje os seus responsáveis se devem arrepender.

Ninguém poderia ter previsto a morte de Cory Monteith (Finn), que veio mudar por completo o rumo que os autores tinham traçado para a história, obrigando, inclusivé, a uma paragem nas gravações para reestruturar o enredo. Com a ausência dele, tudo muda - afinal de contas, ele era uma das figuras centrais da série - e a continuação de Glee faz pouco ou nenhum sentido.

A incessante entrada de novas personagens não mitigam esse vazio e à medida que as antigas vão abandonando a história, a série vai perdendo ritmo, originalidade e o encanto que conservava. Prolongá-la é como adiar uma morte inevitável: para quê viver no faz de conta e pensar que algum dia poderá recuperar de tão duro golpe?

Além do mais, o que haverá ainda para contar? Já ganharam os campeonatos seccionais, regionais e nacionais. Já foram feitas todas as combinações amorosas possíveis entre as personagens (nunca vi um coro tão prevaricador na vida). Já se abordaram os principais problemas da juventude e por esta altura até já devem ter cantado o equivalente à lista telefónica do cancioneiro musical dos últimos 40 anos. O que falta fazer então? Atribuir um rumo decente às personagens.

Mas tudo isso era tarefa para ser feita na 5ª temporada. E até a desculpa de ver a Rachel singrar na vida artística já não é válida, pois parece que está a ser pensado um spin-off baseado na sua personagem. E tanto a actriz que lhe dá vida (Lea Michele) como a que encarna Santana (Naya Rivera) estão a lançar-se numa carreira em nome próprio - mais um sinal de que a série já cumpriu o seu propósito.

Eu gosto muito de Glee (topa-se a léguas, não?) mas não quero vê-la a arrastar-se sem honra nem glória. Para todos os efeitos, a sua missão está cumprida: mudou mentalidades, quebrou barreiras, devolveu a popularidade aos coros, fez um brilhante retrato real da juventude dos dias de hoje e tocou o coração de inúmeros jovens espalhados pelo mundo - fê-los sentir compreendidos e amados até.

Mas o que mais me comove é ver o poder que a música tem de unir pessoas tão díspares e os elos de amizade que à volta dela se criam. É esse o poder de Glee - reflecte a verdadeira beleza da música.

Tonight
We are young
So let’s set the world on fire
 We can burn brighter than the sun



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