Factor X- Bootcamp: 7º Programa

No programa de ontem, ainda alusivo à 2ª fase do Bootcamp, foi a vez de se eleger o top 8 dos Grupos (de Paulo Ventura) e dos Jovens (de Paulo Junqueiro). Vou-me concentrar maioritariamente nestes últimos, que julgo terem tido as melhores prestações da noite.
 
Rita Cabreira, 20 anos- "Toxic"

E pensava eu que já tinha visto de tudo no Factor X. Faltava ver a Rita, autêntico diamante em bruto à espera de ser lapidado. É capaz de ser o segredo mais bem guardado do programa, visto que andou escondida este tempo todo e só ontem a deram a conhecer aos telespectadores. Pegou numa canção que muito aprecio, "Toxic" - esse monumento erguido à pop - e deu-lhe um re-tratamento próximo do grunge. Longe de mim pensar em tal abordagem para esta canção, mas resultou muito bem. Estou completamente rendido.
 


Mariana Rocha, 16 anos- "Who's Lovin' You"
 
Já se havia destacado na fase das audições e ontem à noite mostrou ser a candidata mais forte do grupo liderado por Paulo Junqueiro. É absolutamente incrível: chegou ao palco com o seu ar meio desajeitado, pôs a plateia a rir com o seu monólogo genuíno que teve laivos de sketch humorístico e depois, do alto dos seus 16 anos, sentado ao piano qual profissional que anda nestas andanças há décadas, transcende-se e faz-nos recuar aos tempos da Motown. Faz todo o sentido, certo? É uma grande candidata à vitória.
 


Ivo Soares, 18 anos- "The Show Must Go On"
 
À semelhança do que aconteceu com Daniel Fontoura na semana passada, o momento mais injusto da noite repetiu-se com o Ivo. A meu ver era o candidato masculino que mais se destacava no grupo dos jovens e permaneceu no top 8 até ao último instante, em que foi trocado pela Rita. Foi uma perda lamentável. Faz-me lembrar um jovem Ricardo Soler e acho que tem um grandioso futuro pela frente. Vemo-nos por aí.
 


Mafalda Gomes, 17 anos- "Stay"
 
Juntamente com a Marisa Ramos (já lá vamos) foi um dos marcos do primeiro programa de audições. Vocalmente falando não é a melhor cantora (há uma série de coisas que podem ser limadas), mas o que mais admiro nela é a forma como ataca os versos, a atitude com que sobe ao palco: é destemida e confiante. Veja-se: foi a última a actuar e não acusou a pressão, fez o que tinha a fazer, lutou pelo lugar e eu senti essa garra, a vontade de querer estar no top 8. Da história não reza os fracos, certo?
 


Netas do Fado, 16 anos- "Estranha Forma de Vida"

Têm um nome a pender para o feio (e estou a ser simpático), mas quando as duas cantam assim tão imponentemente, como se de almas velhas tratassem, o nome importa muito pouco ou nada. Não tiveram uma vida fácil para aqui chegar, mas justificaram e bem a aposta que nelas foi feita. Ainda não estou totalmente rendido à dinâmica do duo (torço o nariz à Margarida, pronto) mas podem fazer um percurso bastante interessante com o decorrer do programa.
 


Relativamente aos grupos, tenho a dizer que no geral concordo com as escolhas. Não me custa nada a admitir que, pela primeira vez, gostei dos X4U. Se continuarem assim acho que começo a tolerá-los. Tive imensa pena por ver as Golden Soul a irem embora. Não só porque acho que faz falta uma girlsband no programa, mas porque custou-me ver pela segunda vez a Iolanda Costa a morrer na praia. Creio que também não seria muito feliz na banda (vejo-a mais como intérprete a solo), mas mesmo assim foi doloroso. Por favor, não desistas, ok? Já diz o ditado: à terceira é de vez e eu acredito que a tua oportunidade acabará por chegar. Até à próxima =)
 
Tal como se previa, o grupo dos jovens foi o mais competitivo. Não concordo com todas as escolhas, nomeadamente a Nádia Gonçalves (não tem um timbre bonito e grita mais do que canta) e o Rui Santos (não digo que ele não cante bem, mas ainda não me convenceu). E depois temos o Diogo Valente, o rapper lá do sítio. Para ser sincero, não me sinto muito confortável com a sua presença no top 8. Ele de facto tem algo especial, mas não sei se o Factor X será indicado para ele. Talvez seja preconceito da minha parte, mas eu nunca antes vi um rapper no lote de finalistas de um talent-show e agora que aconteceu, não sei bem como reagir... Eu gosto de o ouvir, mas sinto que não é correcto ele estar lá. Enfim, é uma batalha que vou ter que travar com as minhas ideologias.
 
E não posso deixar de falar na Marisa. Oh senhora, o que raio te aconteceu? Partiste-me o coração com a trágica versão de um tema tão bonito da Whitney Houston. Custa-me a acreditar como é que alguém que canta majestosamente fado, perde o encanto todo quando tenta cantar algo que não esteja dentro desse universo. Fiquei bastante decepcionado, mas continuo a gostar muito dela. E o que dizer da Nance? Não esperava que chegasse tão longe, mas marcou para sempre a história dos talent-shows portugueses (então aquela do BANG foi de uma originalidade tremenda). Se este mundo for justo, ela será uma grande artista. Por fim, lamento que o David Dias tenho abandonado o programa: era trocá-lo pela Nádia e a coisa ficava mais equilibrada. E tive pena de não terem mostrado a actuação da Andreia Verdugo (a rapariga do "Superstition") que me despertou bastante curiosidade.
 
Para a semana está agenda a escolha dos 5 finalistas de cada equipa. Se já custou até agora, nem quero imaginar como será ter que deixar mais 3 concorrentes pelo caminho. Prevejo injustiças, lágrimas e (espero eu) umas quantas expirações de alívio por ver os que merecem a avançar até às galas. Aqui ficam as minhas apostas (ou, melhor dizendo, quem eu acho que merece):
 
Adultos: Teófilo Berg, Jair Neves, Sara Ribeiro, Dário Ferreira e José Freitas
 
Grupos: Helis & Ela, Bring Us Tomorrow, Netas do Fado e whatever, mais nenhum me suscitou interesse
 
Jovens: Mariana Rocha, Rita Cabreira, Mafalda Gomes, Marisa Ramos e (podemos ir buscar o Ivo outra vez?) um dos 3 rapazes à escolha.
 
Óbvio que isto não vai ficar assim. Mas, pelo menos, seria a minha visão ideal do programa.
 
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