De volta aos Pentatonix


Talvez seja por terem um novo EP a circular ou pela falta que Glee me faz, sinto-me compelido a falar novamente dos Pentatonix. Passado o encanto da descoberta, hoje situam-se algures entre um guilty pleasure e uma versão ligeiramente mais cheesy que o coro de Mr. Schuester. Mas continuo a gostar daquilo que fazem e, além do mais, estão melhores a cada dia que passam.

PTX, Vol. III, o EP editado no final do mês passado, tem motivos de sobra para continuarmos presos a eles: na versão super shazam-bang-bang de "Problem", no mash up divinal de "La La La" e "Latch" ("La La Latch"), na inventiva recriação de "Rather Be" ou no hercúleo tratamento a "Papaoutai", esse inescapável êxito de Stromae, que levou o grupo a aprender umas luzes de francês. 



Mas a verdadeira surpresa reside nos três originais do registo, nitidamente superiores ao que têm feito no passado e que acabam por ser a sua valente prova de fogo. Até porque algum dia as covers têm que passar para segundo plano e serão os originais a demonstrar a capacidade da banda perdurar após o hype de que está rodeada.

Temos então "On My Way Home" que passa por um híbrido entre Sam Smith e Emeli Sandé sob a batuta de Naughty Boy e que não destoaria na banda sonora do Rei Leão. Segue-se "See Through", uma tentativa muito bem conseguida de produzir uma canção capaz de funcionar na pista de dança e que vive muito da brilhante prestação dos dois beatboxers. Mas a rainha do disco acaba por ser "Standing By", que no mínimo daria um brilhante número de Glee e no máximo poderia ser utilizada para levar estádios e nações inteiras a cantar de mão no peito. Um bonito e sábio momento de contenção por parte de um grupo que raramente hesita em pôr todas as cartas na mesa. 



Falando deles em particular, creio que são um extraordinário conjunto de indivíduos que sabem desempenhar muito bem o seu papel no grupo. Scott (o loiro) é o melhor vocalista, capaz de servir a canção tal como ela pede; Mitch (quarto a contar da esquerda) é um prodígio dos agudos, mas por vezes exagera na dose e torna as canções demasiado cheesy; Kirstie, a donzela, tem a seu favor o facto de ser a única voz feminina do grupo, mas depois peca por não ser tão forte a nível vocal quanto deveria. Por fim, os elementos menos visíveis mas talvez mais fulcrais: Avi, o barítono, (primeiro da foto), senhor de uns portentosos graves e ocasional beatboxer, e Kevin (último à esquerda), rapper e beatboxer de excelência - são eles a força motriz deste grupo tão peculiar.



Está visto que há vida nos Pentatonix para além das covers e não só, já que em 2015 farão a sua estreia no grande ecrã, integrados na sequela de Pitch Perfect que será centrada no universo acapella. Not bad, not bad

Comentários

Mensagens populares