VER: Lea Michele- On My Way

Agent Provocateur



Eis o que aconteceu: a Columbia Records planeava tornar Lea Michele na estrela a solo que há muito se previa que iria ser e pensou que teria a vida facilitada por se tratar de uma figura célebre e estimada no mundo inteiro, graças à incontornável Rachel Berry a que dá vida em Glee, e porque tinha passado recentemente por uma situação de luto que foi sendo notícia recurrente nos tablóides. Aliado ao seu carisma e talento natural, tinha tudo para dar certo.

O tiro de partida foi dado com "Cannonball", tema pop triunfante semelhante ao que Miss Berry faz na série, mas que causou um mísero impacto nas tabelas - a pólvora era boa, de facto, mas nunca chegou a explodir. Meses depois chegava Louder, o álbum de estreia, que até teve uma primeira semana muito simpática nas tabelas, mas nas semanas seguintes desvaneceu-se mais depressa que o fumo de uma vela apagada. É aqui que a editora começa a ver o caso mal parado - e saliente-se também que, o facto de Glee ter tido nesta última temporada mínimos históricos de audiência, também não ajudou em nada.

Portanto, suponho que lhe deve ter sido dito algo do género: "Lea, vamos optar por uma abordagem mais sexualizada no vídeo para o teu próximo single. Umas peças de roupa mais decotadas, umas poses mais atrevidas e sensualidade desmesurada acima de tudo. Não te preocupes, não vais ser vulgar ao estilo Miley Cyrus mas atrevida e flirty ao estilo Selena Gomez. Desculpa, mas a pressão da indústria assim o exige."

Ora, o teor da vulgaridade é discutível, mas fica a sensação de que longe do set de gravação e depois das cenas terem sido editadas, Lea deve ter ficado com um enorme peso na consciência por ter chegado a este ponto em que - e não há outra palavra para isto - se prostitui artisticamente em prol de interesses superiores. E é uma pena porque o tema até é engraçado - vive do mesmo espírito jovial, eufórico e estupidamente feliz que "Teenage Dream" - e merecia um tratamento muito melhor que este. 

Tal como Lea merecia ser tratada de forma mais respeitosa. Quem canta da forma excepcional que ela canta, não precisa disto nem de ser explorada de forma tão vil. Cara Lea, faz as malas e parte para outra antes que seja tarde demais. 

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