VER: Sam Smith- Leave Your Lover

Don't you see what I can bring?

Sam Smith tinha avisado que o seu álbum de estreia, In the Lonely Hour, seria um disco triste porque era assim que ele se sentia na altura em que o compôs. Mas, caramba, nada nos podia preparar para o rombo emocional que se escuta neste "Leave Your Lover", que faz parecer o anterior "Stay with Me" um hino de um cortejo carnavalesco.

Musicalmente continua a ser pouco desafiante para alguém que há um ano atrás causava pequenos abalos sísmicos ao emprestar voz a "Latch" e "La La La", colossos no campeonato do UK garage e breakbeat, respectivamente, e que nos últimos tempos parece ter enveredado pela rota das baladas soul ao piano que são sinónimo de feridas de amor e destilam tristeza por todos os poros - e eis que temos a versão masculina de Adele para 2014.

E depois temos este vídeo que causa arrepios na espinha pela forma como a história é contada: Sam vê-se no meio de um triângulo amoroso em que todos os vértices se tocam mas nem todos desenvolvem a mesma amplitude uns para com os outros, até que no fim se percebe qual deles fala mais alto. E é tudo feito com uma enorme sensibilidade, cinematografia, beleza e coragem, também. Um momento histórico para mais tarde recordar. Grande Sammy.

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